Qual foi o Sistema de Avaliação da Educação Básica criado em 1990 assinale a alternativa correta?

Qual a importância de se analisar os resultados da Prova Brasil?

SILVA – A grande maioria das secretarias sabe que os resultados existem, mas não os conhece de forma aprofundada. Os técnicos se ressentem de falta de formação, não sabem como esses resultados são compostos, como fazer a divulgação deles nas redes. Essa, inclusive, era a situação da nossa secretaria. Mas hoje sabemos que os resultados não são meros números. Eles mostram a situação em que a rede se encontra e, no nosso caso, fez com que a equipe da secretaria saísse da zona de conforto ao se deparar com os dados do município.

Por que a secretaria de Educação de Miranda do Norte resolveu fazer uma leitura mais detalhada dos resultados da Prova Brasil?

SILVA – A história começa em 2009. Naquele ano ficamos muito incomodados com os baixos resultados da rede: caímos 0,5 ponto no Ideb e a maioria das escolas não conseguiu alcançar a meta prevista pela secretaria. Daí resolvemos tomar uma atitude em relação a isso. Já em 2009 passamos por oficinas de formação oferecidas por um programa de formação e começamos a entender, por exemplo, o que era Ideb, o significado dos resultados da Prova Brasil e como o MEC chegava a esses dados. Isso abriu a cabeça da equipe da secretaria.

Em 2012, de posse desses conhecimentos, começamos a analisar de maneira mais profunda os resultados da Prova Brasil em reuniões internas com a equipe da secretaria para descobrir o que havia por trás daqueles dados. As reuniões aconteceram quinzenalmente ao longo de seis meses e contaram com a participação da subsecretária, de todos os coordenadores e também dos sete técnicos da secretaria.

Qual foi o próximo passo?

SILVA – Foi levar essa discussão para as escolas ainda em 2012. Em reuniões mensais e conjuntas com os diretores e os coordenadores pedagógicos da rede a gente apresentava o que era o Ideb, discutia, entre outros assuntos, qual era o papel da secretaria, da dupla gestora da escola e dos professores no desempenho da instituição na Prova Brasil. Discutíamos também porque a nota da rede estava baixa e quais medidas poderíamos tomar em conjunto. A gente também começou a realizar reuniões nas escolas com o diretor, o coordenador pedagógico e os professores. Essa parte representou um desafio bem maior para a secretaria.

Por quê?

SILVA – Nas escolas, ninguém assumia a própria parcela de responsabilidade naquele resultado. Em geral, os diretores e coordenadores pedagógicos colocavam nos professores a culpa pelos baixos resultados da escola na Prova Brasil. Já os docentes colocavam a culpa nos pais dos alunos ou então nos próprios estudantes. Outro empecilho: os professores ficavam com o pé atrás em relação ao trabalho que a secretaria queria fazer, achavam que não ia adiantar nada, que era perda de tempo, que a situação da Educação nunca mudaria de fato em nosso município.

A gente, então, trabalhou essas questões nas reuniões mensais com diretores e coordenadores pedagógicos e depois em reuniões bimestrais com os docentes. Nessas oportunidades, mostrávamos que todos nós, secretaria e escola, tínhamos grande responsabilidade naqueles resultados da Prova Brasil. Um ponto importante foi mostrar que a secretaria era parceira e não inimiga da escola.

Outro item fundamental em nome de uma relação harmoniosa entre todos os envolvidos: antes de levar qualquer assunto para os professores, a gente discutia previamente a questão com a equipe gestora da escola.

Atualmente os diretores e coordenadores pedagógicos têm autonomia para realizar os encontros com os professores sem a presença dos técnicos da secretaria. De qualquer maneira, continuamos indo bimestralmente nessas reuniões para ter um envolvimento maior com a escola e poder acompanhar as ações mais de perto. Visitamos todas as instituições da rede ao longo de duas semanas. Em escolas com poucos alunos a reunião pode durar uma manhã e em escolas com muitos alunos se estende pela manhã e tarde.

Vale lembrar que em 2014, após a participação no programa Avaliação e Aprendizagem, passamos a discutir de maneira mais objetiva na rede o que são as avaliações externas, quais disciplinas precisavam ser acompanhadas mais de perto e resolvemos focar nossos esforços em Leitura e Matemática, passando a oferecer aos alunos uma série de atividades lúdicas para melhorar o nível de aprendizado nas escolas.

Como desdobramento desse processo, em 2015, institucionalizamos em nosso município a prática do conselho de classe. É importante para a rede deixar estabelecidas em documentos oficiais as diretrizes que garantem a regularidade das formações e dos conselhos de classe. Esses documentos podem ser portarias regulamentando ou os próprios projeto político-pedagógicos (PPPs) das escolas. No nosso caso, algumas ações foram colocadas diretamente no Plano Municipal de Educação. Agora serão realizadas quatro reuniões anuais e não apenas uma no final do ano. Assim, os alunos e os pais não são pegos de surpresa com os resultados.

Vocês fazem plano de ação?

SILVA – Sim! No início do ano, determinamos no plano quais as demandas da rede e as medidas necessárias para resolvê-las. Por exemplo, se, durante a observação de uma determinada escola, percebemos que o acervo de livros não está sendo utilizado, programamos reuniões na escola para discutir a importância de incentivar o hábito de leitura entre os alunos. As reuniões são estabelecidas no plano de ação e no calendário escolar para criar assim uma rotina na rede.

Em nosso município, o plano de ação da rede é aprimorado ao longo do ano por meio das visitas e das reuniões com diretores, coordenadores pedagógicos e professores. As equipes das escolas enviam bimestralmente para a secretaria relatórios das ações e reuniões realizadas e, na sequência, os técnicos encaminham uma devolutiva para a escola.

Com base na análise dos resultados da Prova Brasil, vocês conseguiram otimizar os recursos aplicados na rede?

SILVA – Nas idas às escolas, percebemos que a prática de leitura era feita pelo professor para acalmar a turma em momentos mais agitados ou então às sextas-feiras, sempre no final da aula. Como os resultados da Prova Brasil da rede apontavam déficit em leitura, instituímos que os professores deveriam ler todos os dias para as crianças, fazendo com que aquele momento fosse uma experiência prazerosa para todos e um momento de ensino. Adotamos também outras medidas como uma sacola com livros que vai para a casa dos alunos, um varal de poesia nos pátios e cantinhos de leitura nas salas de aula.

Outro ponto importante foi olhar para as práticas de matemática dentro da escola: quais recursos as escolas possuíam, se eram utilizados ou não. Orientamos também realização de práticas lúdicas, como jogos ou a simulação de um supermercado. Percebemos que hoje os gestores das escolas estão mais ligados aos resultados das avaliações externas, o que é bom, claro! Mas nosso desafio é mostrar que o papel da escola é formar integralmente o aluno e não apenas para que ele faça a Prova Brasil.

Ainda temos muito o que melhorar, mas é gratificante perceber o avanço nos resultados da Prova Brasil em nossa rede: em 2009, o índice nos anos iniciais era 3.5, em 2013 subimos para 4.3 e chegamos a 4.8 em 2015. Em relação aos anos finais, tínhamos em 2009 a marca de 3.2, em 2013 fomos para 3.8 e estamos com 4.0 em 2015.

Qual é o segredo?

SILVA – Ao longo desses anos, percebemos que não existe fórmula mágica. O segredo é fazer um trabalho pautado pela organização, formação de pessoal e acompanhamento das ações da rede. Secretaria e escolas precisam trabalhar de forma integrada.

Qual foi o Sistema de Avaliação da Educação Básica criado em 1990?

O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) foi a primeira iniciativa brasileira, em escala nacional, para se conhecer o sistema educacional brasileiro em profundidade. Ele começou a ser desenvolvido no final dos anos 80 e foi aplicado pela primeira vez em 1990.

Qual avaliação foi iniciada nos anos de 1990 com a criação do Saeb?

Ano de criação: 1990 A Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc/ Prova Brasil) é uma avaliação censitária bianual envolvendo os alunos do 5º ano (4ª série) e 9º ano (8ª série) do ensino fundamental das escolas públicas que possuem, no mínimo, 20 alunos matriculados nas séries/ anos avaliados.

Qual é o sistema de avaliação da educação básica?

O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) é um conjunto de avaliações externas em larga escala que permite ao Inep realizar um diagnóstico da educação básica brasileira e de fatores que podem interferir no desempenho do estudante.

Como forma de avaliar a qualidade da educação no Brasil desde os anos 1990 o governo federal através do Ministério da Educação e do Instituto Nación?

Como forma de avaliar a qualidade da educação no Brasil, desde os anos 1990 o governo federal, através do Ministério da Educação e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) vem desenvolvendo avaliações externas do desempenho dos estudantes dos diferentes níveis de ensino.