Quando ocorre o acúmulo de lactato?

Quando ocorre o acúmulo de lactato?

Analise comparativa de acumulo de lactato em treinamento

 intervalado e treinamento de resist�ncia/for�a no spinning�

An�lisis comparativo de acumulaci�n de lactato en el entrenamiento intervalado
y en el entrenamiento de la resistencia/fuerza en el spinning�

Comparative analysis of accumulation of lactate interval training
and resistance training/strength in spinning�

*Acad�mico de Educa��o F�sica da Faculdade Cat�lica do Cear�

**Mestre em Sa�de Coletiva, Professor Adjunto da Faculdade Cat�lica do Cear� (FCC)

e da Faculdade Metropolitana de Fortaleza (FAMETRO), orientador da pesquisa.

***Doutor em Ci�ncias da Educa��o. Coordenador do curso de Educa��o F�sica

da Faculdade Cat�lica do Cear� (FCC)

****Mestre em Educa��o e Gest�o Desportiva

Coordenador do curso de Educa��o F�sica (FAMETRO)

Docente da faculdade Cat�lica do Cear� (FCC)

Felipe Moreira Pinheiro*

Dem�trius Cavalcanti Brand�o**

Leandro Firmeza Fel�cio***

Jurandir Fernandes Cavalcante****

[email protected]

(Brasil)

Resumo

          Muito se discute sobre utiliza��o e remo��o do lactato produzido atrav�s da degrada��o do carboidrato durante atividade f�sica intensa. Devido ciclismo indoor ter se tornado modalidade bastante atraente nas academias pela efic�cia na redu��o de peso, do risco de doen�as card�acas e melhoria do condicionamento f�sico, nos possibilita analisar esse acumulo em diferentes n�veis de esfor�o, submetendo os avaliados a treinos espec�ficos. A pesquisa objetiva a comparar o ac�mulo de lactado em diferentes treinamentos em aula de Spinning�. Estudo do tipo: Anal�tico descritivo modelo correlacional, estudou de 3 a 5 indiv�duos, 28% a 35% dos praticantes da modalidade Spinning� na B2 academia, onde efetuada a coletas sangu�neas e obtido os n�vel de lactato, em intervalos de 10 minutos durante 30 minutos de dura��o total e uma no inicio dos treinos, tendo intensidade de treino controle pela freq��ncia card�aca (freq�encimetro Polar). Coletas foram realizadas no treino resist�ncia/for�a (treino de subida progressiva) e treino intervalado aer�bio (treino com eleva��o a 85% da freq��ncia card�aca m�xima e recupera��o a 65% da m�xima). Evidenciamos que avaliados acima de 12 meses de pratica no treino intervalado h� menor acumulo de lactato, quando comparado ao resist�ncia/for�a. Isso se inverte para avaliado com menos de 12 meses de pratica. Conclu�mos que em geral o treino intervalado apresenta maior ac�mulo de lactato comparado ao resist�ncia/for�a. Explica��es poss�veis est�o na diferente capacidade aer�bica entre os participantes e na inefici�ncia da utiliza��o da formula que tem sua cria��o relacionada ao nome �Karvonem� para indiv�duos treinados com mais de 12 meses.

          Unitermos:

Acido l�ctico. Ciclismo indoor. Lactato. Intervalado. Resistencia/for�a.

Abstract

          There is debate about the use and removal of lactate produced by degradation of carbohydrates during intense physical activity. Because indoor cycling mode to be quite popular in gyms for effectiveness in weight loss, reduced risk of heart disease and improve physical conditioning (DOMINGUES SON, 2005), enables us to analyze this accumulation in different stress levels, subjecting evaluated training specific. The research aims to compare the accumulation of lactate in different trainings Spinning� class. Study type: Analytical descriptive correlational model, studied 3-5 individuals, 28% to 35% of the practitioners of the sport Spinning� B2 in academia, where the collections made ​​and obtained the blood lactate level at 10 minute intervals for 30 minutes and a total duration at the beginning of training, and training intensity by controlling heart rate (frequency meter polar). Samples were collected in workout strength/power (progressive increase training) and aerobic interval training (training to increase to 85% of maximum heart rate and recovery to 65% of maximum). We showed that evaluated over 12 months of interval training in practice there is less accumulation of lactate, compared to resistance/force. This reverses rated for less than 12 months of practice. We conclude that in general the interval training has a higher accumulation of lactate compared to resistance/force. Possible explanations are different in aerobic capacity between participants and inefficiency in the use of the formula that has its creation related to the name "Karvonem" trained individuals over 12 months.

          Keywords:

Lactic acid. Indoor cycling. Lactate. Interval. Resistance/strength.EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, A�o 18, N� 186, Noviembre de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdu��o

    Muito se discute a cerca da utiliza��o e remo��o do lactato produzido atrav�s da degrada��o do carboidrato durante atividade f�sica de alta intensidade. Apesar de ser ineg�vel o beneficio para o inicio e manuten��o da atividade f�sica de intensidade moderada, ele interfere diretamente no rendimento quando os mecanismos de remo��o n�o conseguem remove-lo qu�o r�pido � a sua produ��o.

    Como o ciclismo indoor � uma modalidade bastante procurada nas academias devido � efic�cia na perca de peso, redu��o do risco de doen�as card�acas e melhoria do condicionamento f�sico (DOMINGUES FILHO, 2005), nos possibilita mensura e analisar esse acumulo em diferentes n�veis de esfor�o, submetendo os avaliados a treinos espec�ficos e comparando os resultados obtidos entre si.

    O crescimento de id�ias e inova��es no mercado de academias atrai mais e mais alunos a pratica de ciclismo indoor, que � uma atividade praticada por um grupo heterog�neo de idade, sexo e aptid�o f�sica, realizado em bicicleta estacionaria ministrada por um profissional de Educa��o F�sica, trabalhando capacidade aer�bia e anaer�bia com ou sem acompanhamento musical (DESCHAMPS, 2005).

    O Spinning� foi � iniciativa de se criar uma atividade que gerasse os benef�cios do treinamento de ciclismo estacion�rio aliado ao desafio e a motiva��o. Atividade proposta por Johnny Goldberg (1999) como o Spinning� (MELLO, 2003).

    As denomina��es, �cido l�tico e lactato est�o diretamente ligadas ao surgimento da fadiga, que se d� pela alta concentra��o de acido l�tico no sangue e no m�sculo. Adotamos o termo lactato a partir desse ponto de fadiga (FOSS, 2000).

    McArdle (2011, p. 310) afirma que �A concentra��o de H+ aumenta em virtude da produ��o de di�xido de carbono e da forma��o de lactato durante o exerc�cio vigoroso�.

    Dessa forma, visualizamos que apesar da importante fun��o do acido l�tico no inicio da atividade, em exerc�cio de alta intensidade, ele limita o desempenho por conta de uma redu��o no pH arterial, apesar da a��o dos tamp�es como mecanismos de defesa.

    Sendo a musculatura ativa a principal produtora de �cido l�tico (fonte liberadora de �on hidrog�nio), � aceit�vel que esteja localizada na musculatura tamb�m a sua primeira linha de combate � eleva��o da produ��o de acido (POWERS, 2004).

    Powers (2004, p. 225) menciona que �Um tamp�o resiste � altera��o do PH, removendo �on de hidrog�nio quando a sua concentra��o aumenta e liberando �on de hidrog�nio quando a sua concentra��o diminui�.

    Por�m durante a pratica de exerc�cio moderada ou em repouso algum lactato � formado continuamente, podendo ele ser o precursor indireto do glicog�nio hep�tico em uma de suas atribui��es. Contudo n�o havendo um acumulo, devido h� uma equival�ncia entre o ritmo de produ��o e remo��o do lactato. Durante o exerc�cio a uma maior elimina��o (ou remo��o) do lactato � evidenciado em atletas de endurance (McArdle, 2011).

    Sobretudo a efici�ncia na remo��o do lactato esta ligada a continuidade do exerc�cio, que outrora exaustivo, agora em intensidade mais baixa em que normalmente n�o produza lactato. A recupera��o ativa com exerc�cio sendo executado com intensidade por volta de 60% do consumo m�ximo de oxig�nio aperfei�oa a remo��o do lactato em seu ponto de otimiza��o (RODAHL, 2006).

    A efic�cia recuperativa � otimizada, ou mais rapidamente executada em pratica ativa com 30% e 45% do VO2 max para indiv�duos destreinados. J� a otimiza��o dessa remo��o em atletas se d� pelo melhor n�vel de aptid�o fisiol�gica, tendo intensidade ideal mostrada em estudos 50% e 65% do VO2 max (FOSS, 2000).

    As c�lulas s�o supridas por oxig�nio o suficiente durante os n�veis moderado e leve do metabolismo energ�tico. A mitoc�ndria oxida o hidrog�nio que se une ao oxig�nio para a forma��o de �gua. Bioquimicamente falando um �ritmo est�vel� existe devido � velocidade de disponibiliza��o do hidrog�nio, ser semelhante a sua velocidade de oxida��o (McArdle, 2011).

    Essa pesquisa objetivou analisar os n�veis de lactato em dois modelos de treinamento em aulas de bicicletas estacion�rias na modalidade Spinning� buscando evidenciar qual dos treinamentos do estudo h� um maior acumulo de lactato e a partir de qual ponto h� uma maior interfer�ncia do lactato na progress�o do treinamento nos dois treinos pr�-estabelecidos.

Material e m�todo

    Esta pesquisa foi realizada conforme resolu��o 196/96 do Conselho Nacional de Sa�de respeitando todos os princ�pios bio�ticos, constando termo de consentimento livre e esclarecido assinado por todos os avaliados. Em se tratando de um estudo do tipo: Anal�tico descritivo modelo correlacional onde a popula��o estudada foi de 3 a 5 indiv�duos, 28% a 35% dos praticantes da modalidade Spinning� na B2 academia �s 18 horas com indiv�duos do sexo masculino de uma turma mista com total de 14 alunos representando 100% da turma. Foi realizado na Academia B2 localizada em Fortaleza Cear�, na Avenida Beira Mar n� 4050 A, utilizando uma sala com 11 bicicletas estacionarias da marca Schwinn Pro 2007 (MFG DATE 2007 julho MADE IN Taiwan), ou seja, bicicletas com catraca fixa, mecanismo que o movimento da roda se perpetua junto aos pedais enquanto a for�a cin�tica existir nela n�o tiver sido totalmente transformada em calor e energia sonora (em pequena escala) para que o movimento cesse (GOLDEBERG. 2001). Tendo este sido realizado de 10 a 15 de Maio de 2013.

    Foram inclu�dos na amostra alunos e professores com idade entre 20 e 58 anos, do sexo masculino, com estado de sa�de considerado normal (Bom), praticantes da modalidade Spinning� h� pelo menos 3 meses; foram exclu�dos alunos com idade fora da margem determinada e alunos do sexo feminino.

    Foi aplicado question�rio referente ao perfil do aluno para saber dados como: idade sexo, grau de instru��o, atividade profissional dentre tempo de pratica da atividade, dentre outras informa��es.

    Os participantes se submeteram a dois programas de treinamento espec�ficos do Spinning�; o treino de resist�ncia/forca e o treino intervalado aer�bico, que ter�o tempos iguais de dura��o. Foi realizada coleta de amostras de sangue para mensura o n�vel de acido l�tico sangu�neo ao final de cada per�odo de 10 minutos do tempo de execu��o da parte principal da aula, sendo uma em estado de repouso, e a primeira durante a aula no final do d�cimo minuto da parte principal, sendo realizadas no total 4 amostragens por aluno. Esta amostra teve como base de controle durante a execu��o da aula a freq��ncia card�aca, utilizando freq�encimetros da marca Polar�, com freq��ncia de treino variando entre 65% a 85% da freq��ncia card�aca m�xima.

    Utilizaremos a formula de mensura��o da freq��ncia card�aca m�xima que tem sua cria��o relacionada ao nome �Karvonem� para base comparativa.

FCmax = (220 � idade) (POLICARPO, 2004).

    Essa formula foi adotada por ser considerada cientificamente atrav�s de estudos como forma de estimativa precisa da freq��ncia card�aca m�xima especificamente em homens (GOLDBERG, 2001).

    Feitas as analises comparativas dos resultados das duas aulas, que foram ministradas uma em cada sexta feira de semanas seq�enciadas.

    As duas aulas tiveram o tempo de dura��o de 30 minutos na parte principal com aquecimento inicial de 5 minutos e 5 minutos para volta a calma ao fim da aula, totalizando 40 minutos de treino. Foi realizada em ambiente climatizado a temperatura de 21� C.

    A aplica��o da pesquisa foi iniciada pelo treino resist�ncia e for�a que teve em sua parte principal tr�s subidas sentadas com eleva��o progressiva da freq��ncia card�aca, iniciando moderadamente (75% da freq��ncia card�aca m�xima) durante 10 minutos, sendo elevada imediatamente para intensidade moderada/forte (80% da freq��ncia card�aca m�xima) por 10 minutos e por fim sendo elevada a intensidade forte (85% da freq��ncia card�aca m�xima) por 10 minutos finais, tendo sido coletada as amostras ao final de cada 10 minutos.

    O termino da coleta de dados se deu no treino onde submetemos os mesmos alunos a um treino de intervalado que em sua parte principal ter� a divis�o de intervalos em 2/2, ou seja, 2 minutos em intensidade recuperativa (65% da freq��ncia card�aca m�xima) e 2 minutos na intensidade elevada (85% da freq��ncia card�aca m�xima) com execu��o livre (subidas ou restas sentada ou em p�), onde foi efetuada a coleta a cada 10 minutos da parte principal no per�odo de recupera��o ativa.

Analise dos resultados

    Os resultados a baixo provem do grupo estudado composto por 3 praticantes de ciclismo indoor na modalidade Spinning� que concordaram em participar do estudo, dentre eles est�o: um individuo treinado h� mais de dois anos e dois indiv�duos iniciantes (treinando a per�odo inferior a 1 ano) sendo todos do sexo masculino.

Tabela 1. Treino resist�ncia/for�a (75% 80% 85%), B2 Academia 2013. Resultados em mM.

Quando ocorre o acúmulo de lactato?

    Os dados mostram o avaliado 1 (com mais de 12 meses de pratica) com um aumento irrelevante no n�vel acumulo de lactato sangu�neo se comparado com o acumulo dos avaliados 2 e 3 (com menos de 12 meses de pratica). Assim evidenciamos a diferen�a do condicionamento aer�bico.

Gr�fico comparativo entra media e desvio padr�o da tabela 1

Quando ocorre o acúmulo de lactato?

Tabela 2. Treino intervalado (65% a 85%), B2 Academia 2013. Resultados em mM

Quando ocorre o acúmulo de lactato?

    Podemos evidenciar atrav�s dos resultados obtidos na tabela 2 que ocorre um aumento relevante nos n�veis de lactato sangu�neo dos avaliados 2 e 3 logo aos 20 minutos na parte principal da atividade e seguem quase que em total progress�o a partir desse pondo, onde em contrapartida, o avaliado 1 atinge seu �pice e inicia um decl�nio na concentra��o de lactato sangu�neo.

Gr�fico comparativo entra media e desvio padr�o da tabela 2

Quando ocorre o acúmulo de lactato?

Gr�fico 1. Treino resist�ncia/for�a (75% 80% 85%) resultados em mM referente a dados da tabela 1

Quando ocorre o acúmulo de lactato?

    No gr�fico 1, visualizamos um maior pico de progressivo de eleva��o dos n�veis de lactato nos avaliados 2 e 3 quando comparado ao pico de lactato sangu�neo menos acentuado com decl�nio progressivo do Avalido1.

Gr�fico 2. Treino intervalado (65% a 85%) resultados em mM referente a dados da tabela 2

Quando ocorre o acúmulo de lactato?

    J� no gr�fico 2, observa-se que os valores da concentra��o do lactato sangu�neo obtidos dos avaliados 2 e 3 superam os valores do avaliado 1. Evidenciamos tamb�m que Avaliado 2 e 3 apesar de decl�nio moment�neo, est�o em constante progress�o de acumulo durante todo per�odo de execu��o do treino.

Gr�fico 3. Quadro comparativo entre treino intervalado e treino resist�ncia/for�a referente a dados das tabelas 1 e 2

Quando ocorre o acúmulo de lactato?

    Evidencia-se no gr�fico 3, que os n�veis de ac�mulos de lactato sangu�neo s�o progressivamente superiores durante o treino intervalado em compara��o ao treino de resist�ncia/for�a.

Gr�fico 4. Quadro comparativo entre limites no acumulo individual de lactato sangu�neo no treino

intervalado, treino resist�ncia/for�a e limite mencionado por Gomes (2004 apud Mello ET AL, 2003)

Quando ocorre o acúmulo de lactato?

    Evidencia-se que o limite m�nimo de acumulo de lactato sangu�neo obtido durante o treino de Spinning� esta em concord�ncia com os padr�es mencionados na pesquisa de Gomes 2004, porem o valor m�ximo de acumulo de lactato sangu�neo encontrado supera os 9,34 mmol/L mencionados na pesquisa de Gomes.

Discuss�o

    O maior pico de progressivo de eleva��o dos n�veis de lactato nos avaliados 2 e 3 relatados no gr�fico 1 ocorre pelo fato de o organismo n�o conseguir equilibra a remo��o com a produ��o de lactato tendo um aumento evidente j� a partir do d�cimo minuto de atividade.

    Estudos de Gomes (2004) menciona que h� uma toler�ncia ao exerc�cio por durante longo per�odo, tanto dos indiv�duos bem treinados quanto os indiv�duos sedent�rios estando entre 58 e 78% VO2max, que corresponde � zona alvo de 70 a 80% da FCmax, porem no individuo destreinado passa a ter o estoque de glicose como fator limitante. Em exerc�cios realizados entre 70 e 80% FCmax h� um a baixa participa��o do metabolismo anaer�bico, apesar de haver uma grande varia��o individual.

    Em sua pesquisa Franchini (2004) afirma que a intensidade de recupera��o ativa utilizada em seu estudo assemelha-se a intensidade �tima para redu��o do lactato sangu�neo (30 a 70% do VO2max) mencionada em outros estudos.

    J� esse pico progressivo de ac�mulo de lactato sangu�neo � menos acentuado e entra em decl�nio no Avaliado 1, que consegue equilibra ou at� mesmo inverter a produ��o com a remo��o de lactato mesmo em 85% da freq��ncia card�aca m�xima.

    Franchini (2004) menciona a superioridade da recupera��o ativa em rela��o � recupera��o passiva quanto � redu��o dos n�veis de lactato sangu�neo.

    No que diz respeito h� varia��o de lactato sangu�neo, Gomes (2004 apud Mello et al, 2003) menciona 3,6 mmol/l a 9,34 mmol/l como sendo a varia��o encontrada durante uma aula de Spinning, tendo como limite do tempo de vinte e um minutos de aula o volume de 6,60mmol/l de lactato no sangue. Esses dados corroboram o resultado do gr�fico 1 (Tabela 1) em parte, j� que encontramos n�veis mais elevados do que 6,6 mmol/l ap�s o vig�simo primeiro minuto de atividade.

    No gr�fico 4 podemos evidenciar claramente que o n�vel de maior acumulo de lactato sangu�neo mencionado por Gomes 2004, foi superado no que diz respeito ao acumulo individual do avaliado 2.

    J� no gr�fico 2 (Tabela 2), observa-se que os valores da concentra��o do lactato sangu�neo obtidos dos avaliados 2 e 3 superam os valores do avaliado 1 neste mesmo gr�fico, possivelmente devido � falta de condicionamento aer�bico apresentado pelos avaliados 2 e 3. Evidenciamos tamb�m no gr�fico 2 que os n�veis de lactato sangu�neo dos avaliados 2 e 3, apesar de em algum momento o avaliado 3 apresentarem ligeira redu��o no n�vel de lactato, ambos est�o em constante progress�o de acumulo desse lactato durante todo per�odo de execu��o do treino. Provavelmente devido � insufici�ncia no per�odo de recupera��o ativa ou ainda a intensidade elevada do mesmo (65% da FCmax).

    Nos estudos realizados por Pastre (2009), ele afirma que h� diverg�ncia entre autores quando se refere � intensidade de recupera��o ativa. Alguns deles utilizam a intensidade de 20% VO2max em ciclo ergom�trica durante per�odo de 5 minutos, j� outros adotam 40% VO2max como intensidade recuperativa ideal, mas h� quem defenda outras intensidades sendo considerada ideal, como a de 50 % do VO2max por exemplo. Apesar dessa consider�vel margem de 20 a 50% do VO2max citada, acredita-se que a prescri��o de exerc�cio ativo para uma recupera��o eficiente tem como fator principal a capacidade f�sica do praticante, ressaltando o tipo de exerc�cio, o tempo, bem como a intensidade do mesmo.

    Complacente com essas afirma��es podemos mencionar uma redu��o gradativa dos n�veis de lactato sangu�neo pelo avaliado 1 ap�s os 10 primeiros minutos no gr�fico 2, possivelmente devido � sufici�ncia do tempo de recupera��o e da intensidade adequada de recupera��o para o seu n�vel de condicionamento f�sico, resultado que coincide com as afirma��es de Gomes (2004) em sua pesquisa, Podemos assim afirma que h� um equil�brio positivo dos n�veis de lactato sangu�neo, ou seja remo��o mais eficiente do que a quantidade de produ��o. Pastre (2009) explica ainda que a diferen�a de resultados entre os avaliados se da provavelmente n�o por conta da rela��o de diferen�a nos exerc�cios mais sim com o estado de treinamento dos indiv�duos. Sendo assim para uma adequada remo��o de lactato com uma alta intensidade do exerc�cio de recupera��o se faz necess�rio um alto n�vel de aptid�o do avaliado.

    Rodahl (2006) menciona que diversos investigadores j� confirmaram a observa��o de que a recupera��o ativa como um modo acelerador na remo��o do lactato acumulado durante o exerc�cio exaustivo. � mencionado 60% do consumo m�ximo de oxig�nio, como taxa de remo��o �tima do lactato.

    Podemos atribuir ao mau condicionamento aer�bico, ao tempo de recupera��o, bem como a intensidade da recupera��o utilizada pelos avaliados 2 e 3 os grandes n�veis progressivos de acumulo de lactato sangu�neo do treino intervalado superando os �ndices obtidos no treino de resist�ncia/for�a. Al�m de o treino de resist�ncia/for�a apresentar menores n�veis de lactato, mostra uma redu��o progressiva mais acentuada nos n�veis de lactato sangu�neo a partir dos 20 minutos de treino que se da por uma proximidade da estabiliza��o dos n�veis de lactato sangu�neo dos avaliados 2 e 3 e por uma dr�stica queda desse n�vel no avaliado 1 , resultando em uma queda nos n�veis de lactato sangu�neo geral do treino em quest�o.

Conclus�o

    Com base nos resultados obtidos nesse estudo podemos concluir que h� um acumulo maior no n�vel de lactato sangu�neo no treino intervalado, superando os n�veis do treino resist�ncia/for�a no que diz respeito a alunos e professores com tempo inferior de treino a 12 meses, tendo como contraponto uma invers�o desses valores para os participantes com tempo de pratica superior a 12 messes. Em m�dia geral dos resultados, o acumulo de lactato sangu�neo � superior no treinamento intervalado, superando os n�veis encontrados no treino de resist�ncia/for�a, havendo assim uma maior interfer�ncia no desempenho durante o treino intervalado a partir do d�cimo minuto de execu��o na parte principal do treino onde mesmo havendo uma redu��o, permanece com n�veis de lactato sangu�neo acima dos obtidos no treino de resist�ncia/for�a que atingem seu �pice no vig�simo minuto da parte principal e entra em decl�nio progressivo a partir desse ponto. Uma explica��o poss�vel para essa constata��o pode esta na diferen�a da capacidade aer�bica entre os participantes e na inefici�ncia da utiliza��o da formula que tem sua cria��o relacionada ao nome �Karvonem� para indiv�duos treinados com mais de 12 meses.

Refer�ncias

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    Quando se inicia o acúmulo de lactato?

    À medida que a liberação do hidrogênio começa a ultrapassar sua oxidação através da cadeia respiratória, consequentemente, hidrogênios em excesso são transferidos para o ácido pirúvico, promovendo o acúmulo de ácido lático. Isto ocorre em exercícios intensos com duração a partir de 10 segundos até 2 a 3 minutos.

    Como ocorre o acúmulo de lactato?

    O lactato é formado continuamente durante o repouso e o exercício moderado. As adaptações dentro dos músculos induzidas pelo treinamento aeróbico permitem os altos ritmos de renovação do lactato; assim sendo, o lactato acumula-se para os níveis mais altos de exercício que no estado destreinado.

    O que causa o acúmulo de lactato no sangue?

    Ainda de acordo com a especialista, os principais motivos para o lactato estar alto incluem desde exercícios físicos intensos até quadros graves de pacientes em UTIs (choque séptico, cardiogênico ou hipovolêmico). “Nesses casos vale ressaltar que são situações bem diferentes.

    Quando se inicia o acúmulo de lactato no sangue ocorre um aumento linear?

    Ácido Láctico ou Lactato sanguíneo Mesmo quando o aumento de carga é progressivo, e na mesma magnitude, o Ácido Láctico possui um aumento linear até certo ponto passando a aumentar de maneira mais intensa.