Antes de tomar forma dentro de um canteiro de obras, nossos projetos devem (em tese) ser amplamente estudados em escritório, onde todas as suas etapas construtivas e sequenciamento de atividades serão discutidos e apresentados por meio de diagramas entre as partes integrantes por sua realização bem como entre as partes interessadas por sua realização, externos à sua execução. Show
Há diversas formas de se efetuar o sequenciamento de atividade, podemos citar, por exemplo, o Gráfico de Gantt (Diagrama de Barras), o Diagrama de Setas (com ou sem escala), o Diagrama de Blocos e o Diagrama condicional (Graphical Evaluation and Review Technique – GERT). Essas técnicas trabalham com o mesmo princípio de ordenamento lógico de atividades: o diagrama de redes. Entretanto, todas essas ferramentas fazem uso de termos estranhos ao senso comum. Então, nesse post traremos uma breve explicação sobre o diagrama de redes e explicaremos os termos mais utilizados durante a sua produção. Separei também este vídeo explicando como encontrar o caminho crítico de um projeto. Dá uma conferida lá! História do diagrama de redes no planejamento de projetosHistoricamente, gerenciar projetos de grande ou média complexidade com vista à redução no consumo de recursos e primando pela otimização do tempo por meio de ferramentas visuais representou uma das maiores mudanças de paradigmas gerenciais no século XX, transformando a arte de administrar em ciência da administração. Hoje, para o melhor controle de nossas obras, lançamos mão de técnicas como o Program Evaluation and Review Technique (PERT) e o Critical Path Method (CPM), ou Método do Caminho Crítico, surgidos no final da década de 1950 e no início dos anos 1960. Finalmente, em 1964, surgiu o Diagrama de Precedências (MDP), desenvolvido por Roy no França. Basicamente, esse diagrama representou uma evolução das técnicas anteriores e, devido a sua simplicidade, tem consolidado sua disseminação até os dias de hoje em escritórios de projetos de pequeno, médio e grande porte. Esse diagrama também é conhecido por diagrama neopert ou, finalmente, método do diagrama de redes e método francês. Portanto, compreender o funcionamento deste fluxograma gerencial é de suma importância para a determinação do PERT/CPM e para o sucesso de seu projeto! Como funciona o diagrama de redesO diagrama de redes representa o sequenciamento lógico-temporal dos elementos terminais de um projeto a serem concluídos, fazendo um estudo entre os elementos terminais e suas dependências – nada mais do que colocar todas as atividades a serem executadas uma obra e relacioná-las em uma folha de papel. Enquanto uma EAP nos oferece uma visualização do “todo” decomposto em “partes”, o Diagrama de Redes nos entrega uma visualização do “antes” e do “depois”, facilitando a identificação de limitações de trabalho, de modo a não possuir relações circulares ou redundantes entre cada atividade. Este método, por sua grande disseminação, possui diferentes formas de representação. As mais comuns são:
Apesar dessas diferentes formas de representação, ambos trabalham de modo similar e possuem elementos comuns à sua interpretação. Vamos, agora, conhecer alguns desse elementos. Elementos do diagrama de redes e formas de representaçãoFinalmente, vamos entender quais são cada um dos elementos que podem compor quaisquer dos tipos de diagramas que mencionamos acima. Importante lembrar que alguns dos elementos abaixo não são exclusivos a todos os tipos de representação do Método do Diagrama de Precedências (MDP). 1) Diagrama da Atividade em Setas (ou Flechas) ou AoA:O método das Setas (MDS) usa somente dependências do tipo Término-para-Início e pode exigir o uso de relacionamentos “fantasmas”. Nessa representação, o cronograma do projeto usa setas para representar atividades e as conecta nos nós para demonstrar suas dependências. Diagrama de Rede – Representação AoA2) Diagrama de Atividade no Nó ou AoN:Como grande parte dos métodos já citados, o MDP foi elaborado inicialmente para fins militares. A Marinha Americana desejava o uso de um método mais flexível e que ao mesmo tempo resolvesse a necessidade do uso de atividades fantasmas. Diagrama de Rede – Representação AoN3) Atividade Fantasma (Dummy):São representadas por setas pontilhadas. Representação de uma atividade fantasmaA atividade fantasma é um recurso para a montagem de redes em diagramas que utilizam o MDS, simbolizando atividades fictícias. Esse recurso surgiu para contornar problemas de representação entre atividades e definir corretamente todos os relacionamentos lógicos, desprovidos de conteúdo de trabalho. Como não são atividades reais do cronograma, possuem duração nula e consumo de recursos inexistente. Como mencionado, o no Diagrama de Precedências não existe atividade fantasma. Observe o comparativo abaixo entre cinco atividades. Comparativo entre Diagramas de setas e Diagrama de nós4) Nó (evento):Representa a situação em que todas as atividades predecessoras estão completas e todas as sucessoras podem ser iniciadas. É o elo entre atividades interdependentes. 5) Predecessora:Uma atividade que, de acordo com a lógica, vem antes de uma atividade que depende da mesma, em um cronograma. Atividades que têm várias predecessoras indicam uma convergência de caminhos. 6) Sucessora:É uma atividade dependente que logicamente vem depois de outra atividade em um cronograma. Atividades que têm várias sucessoras indicam uma divergência de caminhos. Atividades com divergência e convergência têm maior risco, pois são afetadas ou podem afetar várias atividades. 7) Duração:É o tempo estimado que uma atividade considerada leva para sua conclusão, considerando-se, além das datas de início e fim, os possíveis imprevistos. Há diversas técnicas para estimar as durações de atividades em gerenciamento de projetos, algumas, inclusive, tratam as oscilações em relação ao tempo de execução das atividades por meios probabilísticos, utilizando cenarização e distribuição Beta. 8) Folga livre:É a quantidade de tempo que uma atividade pode atrasar sem atrasar as atividades sucessoras. 9) Folga total:É a quantidade de tempo que uma atividade pode atrasar sem atrasar a data do projeto. Gostaria de chamar atenção para um ponto importante: o caminho crítico é normalmente caracterizado por uma folga total igual a zero em suas atividades. Quando implementados com sequenciamento do MDP, os caminhos críticos podem ter uma folga total positiva, igual a zero ou negativa, dependendo das restrições aplicadas. [ebook-diagrama-pareto] A intenção do post não é aprofundar na parte técnica, mas – a título de curiosidade – saiba que a folga total positiva é causada quando o caminho de volta é calculado a partir de uma restrição do cronograma que é mais tarde que a “data de término mais cedo” que foi calculada durante o cálculo do caminho de ida. A folga total negativa é causada quando uma restrição nas “datas mais tarde” é violada pela duração e lógica. A análise de folga negativa é uma técnica que ajuda a encontrar possíveis formas aceleradas de colocar um cronograma atrasado de volta aos trilhos. 10) Folga do projeto:É a quantidade de tempo que o projeto pode atrasar sem que atrase a data de entrega imposta pelo cliente. 11) Caminho crítico:A ordem de realização de tarefas, em um cronograma, é denominada “caminho”. O caminho crítico, por sua vez, é a sequência de atividades que representa o caminho mais longo de um projeto, que determina a sua menor duração possível. O caminho mais longo tem a menor folga total—geralmente zero. Cuidado com isso, pois é muito encontrar engenheiros afirmando que a folga total do caminho crítico de um projeto é “sempre zero”, e isso é um erro! Ademais, as datas resultantes de início e término mais cedo e início e término mais tarde não são necessariamente o cronograma do projeto, mas sim uma indicação dos períodos de tempo dentro dos quais a atividade poderia ser executada, usando os parâmetros inseridos no modelo do cronograma para durações de atividades, relações lógicas, antecipações, esperas, e outras restrições conhecidas. Diagrama de Redes com representação do caminho críticoAlém disso, as redes do cronograma podem ter múltiplos caminhos quase críticos. 12) Tipos de Relacionamentos:O desenvolvimento do MDP tem por base uma lista de atividades previamente estabelecida, na qual o profissional responsável por montá-lo analisará a Estrutura Analítica de Projetos (EAP), o dicionário da EAP, bem como as demais atividades que julgar necessárias para o sucesso do projeto. Em diagramas de rede podemos visualizar quatro tipos de relacionamento:
13) Tipos de DependênciaPor fim, vamos comentar sobre os tipos de dependência me um MDP. A dependência tem quatro atributos, mas dois podem ser aplicáveis ao mesmo tempo das seguintes maneiras: dependências externas obrigatórias, dependências internas obrigatórias, dependências externas arbitradas, ou dependências internas arbitradas.
Bem, espero que este post tenha contribuído para o seu aprendizado. Busquei te apresentar os termos mais usados em Gerenciamento de Projetos no que tange a parte de gerenciamento de cronograma. Em momento mais oportuno pretendo trazer abordagens mais técnicas como o cálculo do Caminho Crítico, a montagem de uma EAP, montagem do seu MDP, considerações sobre tailoring trazidas pelo PMBOK 6ª ed. e muito mais! Não esqueça também de assistir ao meu vídeo abaixo explicando como encontrar o caminho crítico de um projeto. Abraços! Engenheiro Civil, ex-Griffon (MWSU), SunDevils (ASU), judoca e pseudo-nadador. Pós-graduando em Gerenciamento de Obras e Tecnologia da Construção. São tipos de dependência no sequenciamento entre as atividades?Tipos de Dependências do Sequenciamento das atividades
As dependências podem ser definidas basicamente como mandatórias ou arbitrárias, externas ou internas. Um exemplo de dependência mandatória é a necessidade de realizar o contrapiso antes de assentar o piso.
Quais são os três tipos de dependências entre as atividades de um projeto?Há quatro tipos de dependências entre as atividades em um projeto:. Dependência Obrigatória: É obrigatória pela natureza do trabalho ou especificada em contrato. ... . Dependência Condicional: A forma que a empresa escolhe para executar seu trabalho. ... . Dependência Externa: São baseadas em necessidades externas a empresa.. Quais são os tipos de dependências relacionamentos lógicos entre as atividades?Em Gerenciamento de Projetos, é uma dependência entre duas atividades do cronograma do projeto ou entre uma atividade do cronograma do projeto e um marco do cronograma. Os quatro tipos possíveis de relacionamentos lógicos são: Término para início, Término para término, Início para início e Início para término.
Quais os tipos de dependências existentes no gerenciamento de cronograma de um projeto?Dependência obrigatória: podem ser exigência de contrato ou relacionadas ao trabalho em si; Dependência arbitrada: é também conhecida como lógica flexível e pode ser controlada pela equipe e alterada para concluir um projeto mais rapidamente.
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