É correto afirmar que a Escola de Serviço Social do Rio de Janeiro foi a primeira escola de Serviço Social do país?

Considera-se que o Serviço Social no Brasil, como profissão, inicia com a formação dos primeiros assistentes sociais em 1936, data da criação da Escola de Serviço Social de São Paulo. Embora tenha havido uma prática de ação social anterior e, inclusive, iniciativas de cursos rápidos tipo o ministrado por Mlle. Adèle de Loneux em 1932, só com a criação das Escolas é que passa a haver uma formação sistemática e o delineamento do novo profissional.

O Serviço Social brasileiro, de forma organizada, surge no período em que se inicia a consolidação do processo de industrialização, após a Revolução de 1930. Esta teve dentre os fatos correlatos mais importantes, o aprofundamento da substituição da influência inglesa pela norte-americana e alemã e, a substituição do predomínio da burguesia agrária pelo capital financeiro (BASBAUM, 1966).

O Serviço Social, pela sua origem ligada ao movimento católico, teve como modelo do ensino o da ação profissional o Europeu, mais precisamente o franco-belga. A hegemonia deste modelo, na profissão, vai do seu início até aproximadamente 1947 quando os assistentes sociais passam a adotar de forma hegemônica modelo norte americano. O primeiro período, de inspiração franco-belga, é denominado de Doutrinário. Denominação utilizada principalmente por Yazbeck (1977) e Baptista (s/d). Para identificar que a Doutrina que dava sustentação tanto à formação quanto à ação profissional dos assistentes sociais brasileiros era a da Igreja Católica denominamos este período de Doutrinário Católico.

Embora se considere que o pensamento de orientação Católica era hegemônico tanto na sociedade quanto no Serviço Social, não o identificamos como homogêneo, inclusive entre os assistentes sociais.

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Exercicios Introdução Questão Social

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História

Na década de 30 o Brasil passa por um processo de industrialização e urbanização implicando no crescimento da classe operária; sendo esses momentos necessários para o desenvolvimento do capitalismo no país. O modelo societário capitalista tem umas das suas principais características a relação capital/trabalho, em que se constitui na exploração do trabalhador afim de enriquecimento por parte do burguês.

O serviço social é demandado pela classe dominante junto ao Estado para que pudesse conter a classe operária que reivindicava por melhores condições de trabalho e justiça social; assim o serviço social se institucionaliza no Brasil afim de manter a harmonia social. Nesse contexto, em 1936 surge a primeira Escola de Serviço Social, conhecido como Centro de Estudos e Ação Social que logo após será integrada com a PUC de São Paulo. Já no Rio de Janeiro, a primeira turma de ensino superior em serviço social se estabelece na UFRJ.

Na década seguinte (1940), há a eclosão de uma burguesia industrial e o crescimento do proletariado brasileiro, acompanhando uma política econômica marcada por processos de industrialização. Com isso, o Estado percebe a necessidade de se criar, então, instituições de assistência com o objetivo de direcionar as reivindicações da classe trabalhadora através de políticas sociais, objetivando em demandas de trabalho para os assistentes socias. Institucionalmente, surgem, assim, os agentes executores das políticas sociais direcionadas ao proletariado urbano, em resposta à fase vivida durante o período em questão.

Já em 1950 ocorrem dois importantes movimentos para a categoria profissional recém-formada: de um lado, o fortalecimento de uma política econômica tendo como medida social de relevância a regulamentação da Lei Orgânica da Previdência Social; de outro, a regulamentação do ensino de Serviço Social através da Lei n.º 1889 de 13 de junho de 1953, referendada em 1954, tendo, por fim, o efeito da lei n. 3.252, de 27 de agosto de 1957, que conferia o direito de exercício profissional ao assistente social com formação.

Dez anos depois, em 1960, inicia-se o movimento de reconceituação da profissão, em que buscou-se alterar o modo tradicionalista do Serviço Social. A intenção de ruptura pretende romper com a herança intelectual e cultural do Serviço Social tradicional, fundamentando-se na concepção marxista de natureza crítica e reflexiva como meio para a análise da realidade social.

A apropriação de uma nova vertente cooperou  no debate sobre a formação profissional, durante a década de 1970, resultando um novo currículo aprovado pelo Conselho Federal de Educação em 1982, que passa a ser obrigatório para todos os cursos de Serviço Social no território brasileiro.  Há um direcionamento a profissão para análises macrossocietárias a respeito do país e da própria profissão, especialmente voltado para ações objetivando uma maior compreensão da questão social e de sua relação com a classe trabalhadora.

No ano de 1996 novas diretrizes curriculares para o curso de Serviço Social são aprovadas, com indicações do currículo mínimo obrigatório. Nesse documento, o ensino da prática é destacado, com outros temas de relevância, como a pesquisa social e a ética profissional – na tentativa de buscar, ademais, uma reflexão sobre a práxis do assistente social em seu cotidiano.

Iamamoto em 2001 trás uma importante reflexão, aponta que as novas demandas que surgem para o Assistente Social na atualidade, fruto das modificações nas formas de produção e reprodução na vida social, exigem que este profissional tenha a capacidade de decifrá-las e traduzi-las para além do nível da aparência imediata. Para tanto, é fundamental que a formação em Serviço Social consiga realizar mediações entre a leitura mais geral da conformação histórica e atual do desenvolvimento do capitalismo no Brasil, atentando-se para as especificidades regionais e locais, e elementos culturais, étnicos e de gênero existentes neste processo.

Qual foi a primeira escola de Serviço Social no Brasil?

Nesse contexto, em 1936 surge a primeira Escola de Serviço Social, conhecido como Centro de Estudos e Ação Social que logo após será integrada com a PUC de São Paulo.

Quando foi a primeira escola de Serviço Social?

“Em 1936 surgia a primeira Escola de Serviço Social no Brasil, uma iniciativa vinculada à Igreja Católica cuja intenção era 'reduzir' as expressões da questão social e disciplinar a força de trabalho”, conta Maurílio. De lá para cá, a profissão passou por diversas transformações.

Em que ano surgiu a primeira escola de Serviço Social no Rio de Janeiro?

A Escola de Serviço Social de Niterói (ESSN) foi fundada através do decreto estadual 1.397 em 19451 com apoio de Alzira Vargas, que era primeira-dama do Estado do Rio de Janeiro e filha do presidente da República Getúlio Vargas.

Onde foi criada a primeira escola de Serviço Social no Brasil?

O momento brasileiro na terceira década do século XX 15). A primeira escola de Serviço Social no Brasil é datada de 1936 em São Paulo é foi coordenada por Albertina Ferreira Ramos e Maria Kiehl. Ambas eram sócias do Centro de Estudos de Ação Social vinculado a Igreja Católica.