A carta é um gênero textual dialógico, ou seja, ela tem como principal objetivo estabelecer uma conversa entre dois interlocutores específicos. Assim, a carta pode ser utilizada na comunicação entre amigos e familiares (carta pessoal), obtendo um caráter mais subjetivo e informal. Show
Porém, ela também pode ser direcionada à determinada instituição, ter certo viés crítico social e ser de domínio público (carta aberta), prevalecendo a argumentação e a formalidade; ou, ainda, a carta pode promover uma discussão acerca de um tema específico publicado na mídia (carta do leitor). O responsável por escrevê-la é chamado de remetente ou signatário (locutor). Já aquele que a recebe é denominado destinatário (interlocutor). O remetente ou destinatário podem ser tanto pessoas (familiares, amigos, namorados etc.) quanto grupos sociais ou instituições (governo, associações, veículos de comunicação etc.). Leia também: Resenha — o tipo textual em que o autor emite uma opinião sobre determinada produção cultural Resumo sobre carta
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Características e estrutura da cartaQuanto ao seu aspecto conceitual, a carta pode ser caracterizada como um texto escrito em prosa que se dirige a alguma pessoa ou instituição por meio de uma narração, dissertação, descrição ou uma mistura desses elementos. Com relação à estrutura, a carta pode ser apresentada da seguinte forma:
Sobre o uso do vocativo, a tabela a seguir mostra quais pronomes de tratamento utilizar e o seu contexto de uso.
Veja também: Relato pessoal — o gênero textual que documenta memórias ou vivências Quais são os tipos de carta?Como mencionado, a carta pode apresentar alguns tipos com características específicas. A seguir, sintetizamos as principais características veiculadas a cada um dos tipos. → Carta pessoal
→ Carta do leitor
→ Carta aberta
Importante: O gênero carta subdivide-se dentro dessas categorias, baseadas no conteúdo e na função que possuem, podendo ser, entre outras, carta de reclamação, carta de apresentação, carta de amor, carta de solicitação e carta argumentativa. Saiba mais: Notícia — texto do campo jornalístico cuja função é relatar acontecimentos cotidianos Como escrever uma carta?Para escrever uma carta, é necessário:
→ Videoaula sobre como escrever uma cartaExemplos de carta
Em primeiro lugar, queríamos saber se as verbas destinadas para a educação são distribuídas pelo senhor. Se não, esta carta deveria se dirigir ao presidente da República. A este não me dirijo por uma espécie de pudor, enquanto me sinto com mais direito de falar com o ministro da Educação por já ter sido estudante. O senhor há de estranhar que uma simples escritora escreva sobre um assunto tão complexo como o de verbas para educação – o que, no caso, refere-se à abertura de vaga para os excedentes. Mas o problema é tão grave e, por vezes, patético que mesmo a mim, não tendo ainda filhos em idade universitária, me toca. O MEC, visando evitar o problema do grande número de candidatos para poucas vagas, resolveu fazer constar nos editais de vestibular que os concursos seriam classificatórios, considerando aprovados apenas os primeiros colocados dentro do número de vagas existentes. Essa medida impede qualquer ação judicial por parte dos que não são aproveitados, não impedindo, no entanto, que os alunos tenham o impulso de ir às ruas reivindicar as vagas que lhe são negadas. Senhor ministro ou senhor presidente: “excedentes” num país que ainda está em construção e que precisa com urgência de homens e mulheres que o construam? Deixar entrar nas faculdades somente os que tirarem melhores notas é fugir completamente do problema. O senhor já foi estudante e sabe que nem sempre os alunos que tiram as melhores notas terminam sendo os melhores profissionais, os mais capacitados para resolver na vida real os grandes problemas que existem. E nem sempre quem tira as melhores notas e ocupa uma vaga tem pleno direito a ela. Eu mesma fui universitária e, no vestibular, classificaram-me entre os primeiros candidatos. No entanto, por motivos que aqui não importam, sequer segui a profissão. Na verdade eu não tinha direito à vaga. Não estou de modo algum entrando em seara alheia. Esta seara é de todos nós. E estou falando em nome de tantos que, simbolicamente, é como se o senhor chegasse à janela de seu gabinete de trabalho e visse embaixo uma multidão de rapazes e moças esperando seu veredicto. Ser estudante é algo muito sério. É quando os ideais se formam, é quando mais se pensa num meio de ajudar o Brasil. Senhor ministro ou presidente da República, impedir que jovens entrem em universidade é crime. Perdoe a violência da palavra, mas é a palavra certa. Se a verba para universidades é curta, obrigando a diminuir o número de vagas, por que não submetem os estudantes, alguns meses antes do vestibular, a exames psicotécnicos, a testes vocacionais? Isso não só serviria de eliminatória para as faculdades, como ajudaria aos estudantes em caminho errado de vocação. Essa ideia partiu de uma estudante. Se o senhor soubesse do sacrifício que, na maioria das vezes, a família inteira faz para que um jovem realize o seu sonho, o de estudar. Se soubesse da profunda e muitas vezes irreparável desilusão quando entra a palavra “excedente” na vida dessas pessoas. Falei como uma jovem que foi excedente, perguntei-lhe como se sentia. Respondeu-me que se sentia desorientada e vazia, enquanto, ao seu lado, rapazes e moças, ao se saberem excedentes, ali mesmo começaram a chorar. E nem poderiam sair à rua para uma passeata de protesto porque sabem que a polícia poderia espancá-los. O senhor sabe o preço dos livros para pré-vestibulares? São caríssimos, comprados à custa de grandes dificuldades, pagos em prestações, para, no fim, terem sido inúteis. Que estas páginas simbolizem uma passeata de protesto de rapazes e moças. Clarice Lispector, publicada em 17 de fevereiro de 1968 Acima temos o exemplo de uma carta aberta publicada, em 1968, pela escritora Clarice Lispector. A autora direciona seu texto ao ministro da Educação à época. O tema é de interesse público, pois trata da questão do ensino no Brasil, mais especificamente sobre as verbas destinadas ao ensino no país. Assim, a autora se utiliza de argumentos para convencer o ministro de seu ponto de vista e, ainda, fazer com que o leitor se posicione ao seu lado a fim de pressionar as autoridades por melhorias na educação do país.
Paris, 15 de fevereiro de 2020 Querida mãe, Estou escrevendo esta carta para te contar um pouco mais da viagem. Eu cheguei exatamente na quinta-feira passada. O voo foi tranquilo, sem sustos. No primeiro dia, como você já deve saber, passei o dia dormindo para me adaptar ao fuso. Na manhã seguinte, visitamos a Torre Eiffel e o Arco do Triunfo. Você amaria estar aqui. A França é um lugar é cheio de igrejas medievais e históricas. Há sempre um evento cultural acontecendo e as pessoas estão sempre engajadas social e politicamente. A faculdade começa apenas daqui duas semanas. Vou aproveitar para conhecer outros lugares. É claro que acabei gastando algum tempo resolvendo algumas questões burocráticas. Mamãe, você sabe, essas coisas, infelizmente existem no mundo todo. Mas vai dar certo! Espero que você venha com minha irmã nas férias de verão. Eu já entrei em contato com ela, e a maninha está a par de tudo e louca para vir conhecer a Cidade Luz. Espero que você esteja bem e que nos vejamos em breve. Um beijo, Seu filho O segundo texto é uma carta pessoal. Ela traz alguns traços subjetivos por meio de assuntos mais pessoais (a mudança do locutor para Paris) e pelo uso de uma linguagem mais informal e mais próxima (“mamãe” e “maninha”). Na carta prevalecem a descrição de situações e a narração de fatos recentes ocorridos com o remetente. O que é o gênero textual carta?Carta é um gênero textual de correspondência, que estabelece uma comunicação direta entre os interlocutores e veicula uma mensagem de importância pessoal ou formal.
Qual é a função de uma carta?A carta é um tipo de texto utilizado entre as pessoas com o objetivo de corresponderem entre si, contando as novidades, trocando informações, enviando e recebendo notícias de familiares e amigos.
Quais são os tipos de cartas que existem?Há três tipos básicos de carta, independente da maneira como será transmitida: a correspondência oficial e a correspondência comercial e a correspondência pessoal.
Como trabalhar o gênero textual carta?Desenvolver habilidades de leitura e de escrita.. Ler e interpretar cartas.. Perceber e comparar a finalidade de cartas.. Reconhecer diferentes tipos de carta.. Relacionar o assunto principal de cartas a histórias infantis.. Identificar as características e as partes do gênero textual carta.. |