Porque acordámos depois de morrer em um sonho?

Em geral, essa ação involuntária faz com que algumas pessoas acordem assustadas, mas suas explicações são científicas

Mesmo com diferentes estilos de vida e cotidianos variados, o ser humano possui comportamentos em comum, que se relacionam por características biológicas padrões. Sonhar com queda e acordar assustada é uma delas. A experiência é observada por muitas pessoas e já virou objeto de estudo pela sua similaridade entre os casos.

É sabido que a forma como dormimos está diretamente relacionada com a nossa rotina, seja ela feita de bons momentos, o que possibilita um sono melhor, ou estressante e corrida, o que gera desconforto e perturbações na hora de "desligar" do mundo externo.

Mesmo durante a noite, o nosso corpo continua a funcionar, mantendo todos os seus processos naturalmente, com uma carga menor. A mente, por sua vez, organiza as informações relevantes criadas ao longo do dia e acomoda o organismo para algumas horas de relaxamento.

Então, se esse sistema preza para o nosso conforto e descanso, por que é comum acordarmos com a sensação de queda? Por que nosso coração dispara e voltamos a dormir logo em seguida? Isso pode ser explicado cientificamente.

Por que ocorre?

De acordo com uma pesquisa da Unidade do Sono do Hospital de Madrid, na Espanha, isso acontece porque nosso corpo ainda não se adaptou à posição horizontal e, assim, há um desequilíbrio entre o aparelho vestibular, responsável pela manutenção da nossa estabilidade, e o sistema cinestésico, que informa as posições relativas das partes do corpo durante os movimentos.

Ou seja, sonhar com queda é uma forma do organismo compensar essa diferença na posição aparentemente repentina, liberando estímulos para que acordemos e mudemos de configuração. Tudo é feito de forma intencional, por mais estranho que pareça. A mente desordena nossa imobilidade, com a sensação de uma queda física.

Por isso, as pernas passam a se movimentar sozinhas, erguendo levemente o corpo e, do nada, volta a posição inicial. A intervenção gera uma reação de susto, nos despertando por alguns segundos, com batimentos cardíacos acelerados.

Principais motivos

No entanto, em alguns casos, sonhar com queda, também chamado pelo nome de espasmo hípnico, pode estar relacionado às tensões cotidianas ou ao estresse. Os fatores externos ditam o modo como o corpo irá descansar ao longo da noite.

Com a mente processando tudo o que vivemos naquele dia, podemos acabar transmitindo as sensações do sonho para o corpo, gerando reações involuntárias. Alguns dos principais motivos que causam essa ruptura do relaxamento são as alterações de humor, como:

  • Estresse;
  • Ansiedade;
  • Medo;
  • Cansaço.

Pode notar que, ao passar por um dia tenso, provavelmente seu sono não será dos melhores, acordando de mau jeito ou tendo alguns pesadelos. As primeiras fases do sono acabam sendo influenciadas pela aceleração do cérebro, liberando estímulos pelo corpo.

Interpretações de sonhar com queda

Além do seu campo científico, há também toda uma simbologia e mística sobre esse sonho, variando conforme quem está presente em seu imaginário ou a forma como ele ocorre.

  • Geral: significa quem vem se sentido sozinha, abandonada pelas pessoas ao seu redor. Desamparada, frustrada com algo ou alguém, desiludida ou sem esperança. Há uma busca por tentar fortalecer laços com outros.
  • Cair de escada: anda exigindo demais de você ou do seu companheiro.
  • Cair de árvore: pode passar por momentos difíceis nos próximos dias.
  • Cair de abismo: está passando por muita pressão ou coisas novas e tentando lidar com isso da melhor forma.
  • Cair na água: se for limpa, irá se livrar de algum problema. Se for suja, adversidades estão por vir.
  • Cair de elevador: decepções e abalos emocionais virão. Surpresas desagradáveis.
  • Cair em poço ou precipício: tome cuidado com a saúde do corpo e da mente.
  • Ser empurrado e cair: não conte seus planos ou ideias para terceiros.
  • Queda sem fim: ascensão profissional e social.
  • Alguém caindo: poderá sofrer uma grande perda ou irá aproveitar a oportunidade deixada por outra pessoa.

Confira outros significados:

Para esse sonho, os números de sorte são 04, 22, 40, 54, 65 e 68. A cor é bege e o animal é o peru.

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25 outubro 2017

Porque acordámos depois de morrer em um sonho?

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Todo mundo sonha, mas fenômeno ainda é um mistério

Você está no prédio de uma multinacional. Entra na sala do conselho, onde se depara com o diretor executivo rodeado de outros empresários. Estão todos prontos para entrevistar você para uma vaga de emprego. Mas logo você se dá conta de que se esqueceu de colocar a roupa e está completamente nu.

Calma, foi só um sonho. E se há algo que os seres humanos têm em comum são as experiências oníricas - e as tentativas de interpretá-las ao acordar.

Mas afinal, por que sonhamos? E por que os sonhos se repetem?

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O questionamento foi feito por Mila O'Dea, de 9 anos, que mora em Gamboa, no Panamá. Ela enviou a pergunta ao programa de rádioThe Curious Cases of Rutherford & Fry ("Casos Curiosos de Rutherford & Fry"), apresentado pelos cientistas Adam Weir Rufherford e Hannah Fry, na BBC Radio 4.

De fato, trata-se de um mundo fascinante. Os seres humanos compartilham várias temáticas de sonhos, como dente mole ou caindo. Reparar que está nu em um lugar público também é recorrente, assim como fazer uma prova final na faculdade e perceber que não assistiu a nenhuma aula.

Mas além desse tipo de sonho, que pode refletir preocupação ou medo, há outros que podem ser divertidos, como ser capaz de voar. E existem aqueles que são definitivamente estranhos - e que talvez chamem mais atenção pelo surrealismo.

Será por isso que Salvador Dalí costumava comer ouriços do mar cobertos de chocolate antes de dormir na tentativa de estimular os sonhos que inspirariam sua arte?

Essa história pode ser verdade ou pura lenda, mas conhecendo sua obra, parece que há um fundo de verdade.

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Obra de Salvador Dalí se aproxima da descrição do mundo dos sonhos

Temas e situações

Especulações à parte, cientistas em diferentes partes do mundo têm tentado desvendar o imaginário mundo dos sonhos em busca de suas causas e funções.

Bill Domhoff, um dos pioneiros na pesquisa de sonhos, coletou mais de 20 mil relatos de pessoas ao redor do mundo para estudar os padrões existentes e formular teorias. O levantamento deu origem a um "banco de sonhos" online.

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"Os sonhos dramatizam nossas preocupações e, muitas vezes, encenam o pior dos cenários. Como ser reprovado em uma prova ou esquecer o diálogo em uma peça de teatro", diz Domhoff.

"Eles não só abraçam nossos desejos, mas nossas preocupações, nossos medos e nossos interesses. Se eu compilasse cem sonhos seus ao longo de várias semanas ou meses, encontraria vários temas e consistências."

Embora haja temas específicos para cada indivíduo, alguns preocupam a todos, como homens desconhecidos. Estranhos representam perigo nos sonhos para homens e mulheres, afirma o pesquisador.

Esse tipo de sonho é comum a diversas pessoas, mas constituem menos de 1% de todos os sonhos que temos, embora sejam aqueles que costumamos lembrar.

Mas o que acontece no nosso cérebro quando sonhamos?

Sonho MOR

Essa questão começou a ser respondida pelo fisiologista Eugene Aserisnky, da Universidade de Chicago, em dezembro de 1951.

Aserinsky conectou seu filho de 8 anos a um eletroencefalograma para analisar as ondas cerebrais produzidas durante o sono da criança.

A princípio, ele não percebeu muita atividade até que, de repente, as agulhas do aparelho começaram a se mover rapidamente.

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Aserinsky observou que o eletroencefalograma registrou maior atividade durante o sono MOR

O cientista achou que o filho tivesse acordado, mas ao entrar no quarto ficou surpreso ao ver que ele ainda estava dormindo. O monitor mostrava que os olhos e o cérebro da criança estavam bastante ativos.

Aserinsky chamou essa fase do sono de REM (Rapid Eye Movement), também conhecida pelo acrônimo MOR (Movimento Ocular Rápido),

Os ciclos MOR acontecem mais ou menos a cada 90 minutos e podem durar até meia hora. Em adultos, constituem um quarto do sonho.

Foi constatado que, quando as pessoas acordam após passar por uma fase MOR, geralmente relatam ter sonhado.

No entanto, agora sabemos que os sonhos podem ocorrer durante outras fases do sono, quando nosso cérebro está muito menos ativo.

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Alguns temas, como voar ou flutuar, são comuns

O cérebro pode ficar bastante ativo durante o sono, mas o que acontece com nosso corpo é bem diferente.

"Quando dormimos, o tônus ​​muscular do corpo começa a diminuir e desaparece completamente ao entrar em MOR. Na verdade, os únicos músculos que estão trabalhando são o diafragma (para expandir os pulmões) e o coração", explica o pesquisador Mark Balgrove, da Universidade de Swansea, no País de Gales.

"Essa perda de tônus pode acontecer para que a gente não aja fisicamente em toda cena que ocorre durante o sonho, que muitas vezes envolve movimento. Pode ser perigoso agir quando você está dormindo", adverte Balgrove.

Teorias

Diversos estudos e observações produziram uma série de teorias sobre a função dos sonhos:

- Simulação de ameaça: essa teoria sustenta que as pessoas praticam nos sonhos como lidar com ameaças. Neles, o indivíduo pode lutar contra leões, escapar de uma gangue ou responder com firmeza quando é humilhado. São simulacros, diz Balgrove: "Essa prática, embora você não consiga se lembrar ao acordar, ajuda você a se manter em forma durante as horas de consciência".

- Consolidação da memória: essa teoria afirma que à noite o cérebro está trabalhando na compilação de lembranças. Assim, o estranhamento que às vezes se manifesta nos sonhos pode ser resultado da tentativa do cérebro de vincular duas coisas que normalmente existem de forma independente, mas precisam se relacionar.

- Redução do medo: essa teoria diz que aprendemos ou acumulamos muitos medos quando estamos acordados, e ao dormir, reduzimos as preocupações ao sonhar com nossos temores, mas possivelmente em um contexto diferente. Isso ajudaria a eliminar ou reduzir o medo. Mas Balgrove adverte: "Existe a possibilidade de o sonho falhar. Neste caso, se transforma em pesadelo e dá medo".

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Um sonho pode virar pesadelo

Além disso, há quem acredite que os sonhos sejam premonitórios - boa parte da literatura universal dialoga com essa ideia.

Um jornal britânico decidiu fazer um teste em 1970. Convidou os leitores a registrarem seus sonhos e, nos 15 anos seguintes, tentou relacionar os relatos com as notícias mundiais.

O resultado? O mesmo que se tivessem sido relacionados ao acaso.

De qualquer forma, há uma escola de pensamento que afirma que os sonhos não têm função evolutiva.

Bill Domhoff, criador do "banco de sonhos", argumenta que eles são um efeito colateral acidental da evolução de nossas habilidades intelectuais desenvolvidas ao longo de milhões de anos. Uma conjuntura entre um estado de sono ativo misturada com grande capacidade cerebral.

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Os sonhos podem ser um efeito colateral e acidental da nossa função cerebral

"Acredito que os sonhos têm um significado psicológico, mas não acho que tenham um papel adaptativo", continua.

"Se eu tivesse acesso a 50 sonhos seus, teria uma boa ideia das suas preocupações, dos seus interesses, de quem você gosta ou não. Nesse sentido, eles não são sandices aleatórias, são retratos psicológicos, pegadas digitais da sua mente."

'Zona quente'

Cientistas da Universidade de Lausanne, na Suíça, foram além para tentar esclarecer a situação.

Os pesquisadores monitoraram e registraram a atividade cerebral de pacientes voluntários durante o sono. No procedimento, os participantes eram despertados regularmente e questionados se recordavam do sonho.

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Cientistas registrar a atividade cerebral de voluntários durante o sono

A diretora do estudo, Francesca Siclari, conta como eles encontraram uma área extremamente vigilante do cérebro "sonhador", a qual chamaram de "zona quente".

"Descobrimos que quando os pacientes relatam um sonho, a atividade cerebral muda nessa parte, que é uma região do cérebro que engloba áreas visuais e também outras que ajudam a integrar várias experiências sensoriais", diz Siclari.

Os cientistas perceberam que essa área ficava mais desperta quando os pacientes sonhavam - a atividade cerebral era mais rápida, semelhante ao estado consciente. Quando não sonhavam, a atividade era lenta.

Isso se tornou um sinal para tentar prever quando alguém estava sonhando.

"Nós observamos a zona quente do cérebro em tempo real e tentamos prever com base nessa atividade se a pessoa estava sonhando ou não. Então, acordávamos o paciente para ver se nossa previsão estava correta - e acertamos em 90% dos casos", afirmou Francesca Siclari.

Segundo Mark Blaygrove, o estudo mostra que uma região do cérebro está ligada às fases do sono e opera como um interruptor.

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A "zona quente" funciona como um interruptor que acende e apaga os sonhos

"Se conseguíssemos descobrir o que ativa o interruptor, o que faz com que ele ligue e desligue, poderíamos saber por que o sonho começa de repente ou acaba", diz.

A resposta poderia explicar por que os sonhos são úteis e se, de alguma forma, podemos controlá-los.

Mas essa é outra história.

Porque acordamos quando sonhamos com a morte?

quando morremos em um sonho acordamos imediatamente porque o cérebro humano não sabe reproduzir o que acontece após a morte twitter.com/naboabro_/stat… É porque sabemos que nada acontece.

O que acontece quando morremos em um sonho?

Sem dúvidas esse é um sonho que tira o sono de qualquer um, mas fique tranquilo. Sonhar com a própria morte é um bom agouro. Significa que você entrará em uma nova etapa da sua vida. Mudanças estão por vir.

O que significa acordar dentro do sonho?

Os sonhos lúcidos envolvem um estado de consciência no qual a pessoa não está nem totalmente desperta, nem em sono profundo e sim em algum lugar no meio do caminho. Algum meio termo entre o sono e a vigília, que demonstra a complexidade da consciência humana.

O que significa lembrar de um sonho?

Resumindo, o facto de uma pessoa se lembrar de um sonho não é indicativo de um sono de qualidade, podendo significar que simplesmente acordou na hora certa para se lembrar, o que pode estar associado a múltiplas doenças.