Quais foram as principais atividades econômicas desenvolvidas na época da colonização do espaço nordestino?

Graduada em História (Udesc, 2010)
Mestre em História (Udesc, 2013)
Doutora em História (USP, 2018)

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A proclamação da independência em 1822 possibilitou uma onda de modificações de toda ordem: sociais, políticas, culturais e econômicas. Foi durante o século XIX que novos produtos ganharam espaço nas exportações e que se intensificou a vinda de imigrantes europeus, impulsionando novas relações econômicas também.

Durante todo o período colonial o produto de maior investimento foi o açúcar. Os engenhos do nordeste estiveram todos voltados para a produção e refinamento do açúcar, e a maioria das terras era destinada ao cultivo da cana. Mas, foi em meados do século XIX que outro produto começa a ganhar espaço na produção nacional: o café. O cultivo do açúcar era mais caro, demandava maior número de trabalhadores e exigia mais da terra, enquanto o café era um produto mais barato de produzir, exigia menos da terra e era possível com um número menor de trabalhadores, o que significava que era um produto mais lucrativo. Soma-se a isso a questão da modernização e da aceleração do tempo experimentada pelas indústrias com suas máquinas à vapor que faziam parecer que o tempo corria mais rápido. A modernidade – e o trabalho moderno – exigia o consumo de estimulantes, como era o café. Assim, diversas nações do mundo passaram a consumir cada vez mais café – e o Brasil passou a produzi-lo cada vez mais. Houve, portanto, uma mudança geográfica: se durante o período de colonização o principal produto encontrava-se no Nordeste, durante o Império o novo produto de destaque era produzido no Sudeste.

Inicialmente o café era produzido no Rio de Janeiro, e, aos poucos, a produção foi se interiorizando, até chegar no estado de São Paulo, que possuía a terra ideal para o seu plantio. Foi em meados do século XIX que o café ganhou protagonismo nas relações econômicas do país, e, consequentemente, São Paulo passou a protagonizar a vida política da nação, culminando na Proclamação da República em 15 de novembro de 1889. Até esse período a vida urbana não era tão estimulada: o Rio de Janeiro, capital do Império, concentrava a vida política e também as novidades. As demais cidades pouco tinham agitação, e por isso pouco movimentavam a economia.

O investimento cada vez maior na produção cafeeira não significou o fim da produção açucareira. O açúcar continuou figurando como importante produto na economia nacional, mas enfrentou dificuldades, visto que Cuba produzia açúcar e se destacava no fazer, e sua localização era privilegiada para o comércio, principalmente com os Estados Unidos da América, um dos grandes consumidores de açúcar no mundo. Além do açúcar o Nordeste continuou investindo na produção algodoeira, ainda que em menor escala. Entra também na diversificação das explorações econômicas a borracha no Norte do país. O consumo da borracha foi estimulado pela industrialização no mundo, e ela passou a ser matéria prima para diversos produtos que passaram a ser produzidos a partir de então.

A Inglaterra aparecia como principal compradora dos produtos feitos no Brasil, sendo o principal destino das exportações nacionais, da mesma forma que era também o país que mais exportava produtos para o Brasil. De lá vinham as principais novidades que circulavam no país, principalmente, no Rio de Janeiro.

Mas nem só de produtos de exportação, como o café, vivia o império. Era preciso ter produção para o mercado interno. Assim, estados como Minas Gerais e Rio Grande do Sul destacaram-se na produção de insumos. Minas com o café, o leite, o feijão e demais frutas e verduras e o Rio Grande do Sul com o gado.

O sul do Brasil viu também outro fenômeno acontecer nesse momento: o início da imigração. Portugueses, alemães e italianos chegaram principalmente ao sul e ao sudeste e se estabeleceram tendo como base a pequena propriedade privada, muito diferente do latifúndio monocultor tão difundido pelo país. A economia durante o século XIX sofreu bruscas modificações (do açúcar para o café; a vinda dos imigrantes para o sul e sudeste do país) e foi o café que ganhou protagonismo e o mercado externo.

Referência:

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2007.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/economia-brasileira-durante-o-imperio/

Durante o período colonial, pecuária e povoamento do sertão estiveram intimamente ligados. A partir dos engenhos de cana-de-açúcar, que se localizavam principalmente no litoral nordestino, foi possível aos colonos que aqui habitavam conquistar o sertão da colônia e iniciar o povoamento dessa região.

A pecuária desenvolveu-se inicialmente em torno dos engenhos de cana-de-açúcar. O gado criado nesses locais, bovino e muar, era utilizado na alimentação, na produção de couro para utensílios de trabalho e domésticos, além da tração animal nos trabalhos para a obtenção do açúcar.

Com a expansão das lavouras de cana-de-açúcar ao redor dos engenhos, era necessário encontrar pastagens cada vez mais distantes para a criação de gado. Para encontrar esses ambientes, os vaqueiros partiram para o sertão. Sertão é também definido como o local que não se encontra no litoral.

Os primeiros locais a partir dos quais os vaqueiros deslocaram-se foram os engenhos localizados em Pernambuco e na Bahia. Eles buscaram seguir o rumo contrário do sentido do Rio São Francisco, que passou a ser conhecido como “Rio dos Currais”. Ao longo do vale desse rio foram criados currais e fazendas perto de áreas de pastagens.

Com o desenvolvimento dessa atividade econômica, foram sendo fixados polos de povoamento, principalmente fazendas. Os vaqueiros que habitavam essas fazendas eram geralmente mamelucos, de ascendência indígena e europeia. Eles trabalhavam com os donos dos rebanhos em regime similar ao de parceria: a cada quatro crias sobreviventes, uma era do vaqueiro. Com o tempo, alguns vaqueiros conseguiram formar seu próprio rebanho.

Houve ainda expansão em direção ao norte da colônia, com os vaqueiros ocupando territórios na Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão.

A ocupação do sertão a partir da pecuária estendeu-se para além do Nordeste e Norte, principalmente com a descoberta de ouro na região de Minas Gerais. Ainda seguindo o curso contrário do São Francisco, os vaqueiros chegaram próximos às áreas de mineração em território mineiro. Os metais preciosos fizeram com que os vaqueiros se dirigissem também ao oeste da colônia, chegando a Goiás e a Mato Grosso.

Outra região que passou a ser também ocupada por vaqueiros e fazendas de gado foi a região Sul da colônia. Nos pampas, foi encontrado ambiente propício à criação de gado. Esse foi o local em que a pecuária mais se desenvolveu.

Além do couro retirado do gado, era produzido também a carne-seca (ou charque, como era conhecida no sul), muito consumida durante o período colonial, em virtude do tempo de conservação. A produção de gado cresceu para atender ao mercado interno da colônia, que ganhou impulso após a mineração.

O mercado interno levou ainda à criação de rotas para a circulação das mercadorias produzidas, sendo as mulas e burros os meios de transporte utilizados. Nas regiões onde se localizavam as fazendas, formaram-se locais de descanso e comercialização de diversos produtos. Além disso, povoados, aldeias e cidades floresceram, das quais podem ser citadas Feira de Santana, na Bahia, e Vacaria, no Rio Grande do Sul.

Além da questão econômica e territorial, a pecuária serviu ainda como base de formação de uma cultura sertaneja, que tem suas peculiaridades em cada uma das regiões em que se desenvolveu.


Por Me. Tales Pinto

Quais as atividades econômicas realizadas no período da colonização do Nordeste?

Desse modo, a economia passou a ser baseada em novas produções agrícolas como a cana-de-açúcar, o algodão, o tabaco e a mineração. A produção açucareira foi o principal produto da economia até meados do século XVIII. O cultivo da cana-de-açúcar tinha como finalidade abastecer também o mercado europeu.

Qual foi a primeira atividade econômica do Nordeste no período da colonização?

A extração do pau-brasil foi iniciada poucos anos depois dos portugueses terem chegado à América. O pau-brasil é uma árvore nativa do Brasil e sua exploração foi a primeira atividade econômica realizada pelos portugueses, quando chegaram aqui, no século XVI.

Qual foi a principal atividade econômica desenvolvida no litoral nordestino durante o período colonial?

O litoral nordestino foi economicamente explorado desde a chegada dos primeiros portugueses ao Brasil. Durante o período colonial a principal atividade econômica nordestina foi: a) a policultura da cana-de-açúcar e do algodão que se estenderam do Rio Grande do Norte até a Bahia.

Quais as principais atividades econômicas desenvolvidas no período colonial?

A produção de açúcar foi a principal atividade econômica da colônia portuguesa na América até o século XVIII. O sistema de plantation concentrou-se no litoral. Mas, durante o período colonial, outras atividades se destacaram. Vamos tratar de duas delas: a pecuária e a mineração do ouro.