Quais os motivos que levaram a sedentarização dos primeiros núcleos humanos dentro do território mesopotâmico?

Convencionalmente, a Pré-História é o período que antecede o advento da escrita. Portanto, é todo o espaço de tempo da história do homem, anterior ao surgimento da escrita cuneiforme na mesopotâmia.

Assim sendo, podemos localizar a Pré-História compreendida entre 5,5 milhões de anos antes de Cristo – surgimento dos primeiro hominídeos – até cerca de 4 mil anos antes de Cristo – surgimento da escrita. Durante esse tempo, tivemos a evolução da espécie humana, até chegar-se ao ponto mais evoluído, o Homo sapiens, a cerca de 70.000 a.C.

O homem, orginalmente quadrúpede e nômade, adquiriu, ao longo do tempo, características atuais, como tonar-se bípede (liberando as mãos para outras atividades importantes), o dedo polegar (que dava às mãos inúmeras outras possibilidades de atividades evolutivas) e, também, inúmeros desenvolvimentos de tecnologias que culminariam na urbanização, como as armas, a agricultura, e a pecuária.

Um período tão importante para a história, então, para melhor compreensão, e organização de materiais, foi divido em três períodos: (o período paleolítico, mesolítico e o neolítico);

Período Paleolítico – (5.500.000 – 10.000 a.C.)

O período paleolítico é o período de consolidação da espécie humana na Terra. O planeta verde azulado passou por mudanças grandiosas e radicais, com a formação de vales, rios, florestas e outros tipos de vegetação.

A espécie humana também passou por inúmeras transformações, até que adquirisse as características dos atuais Homo sapiens. Por aqui passaram inúmeras outras espécies de hominídeos, como o Homo habilis, o Homo erectus, o Homo neanderthal, até que o Homo sapiens – mais desenvolvido, preparado e inteligente – substituísse todas as outras espécies e reinasse absoluto no globo.

Durante esse tempo de evolução, tivemos os primeiros homens a andarem de forma bípede (eretos, sobre os pés), os primeiros capazes de desenvolver ferramentas de pedra, os primeiros a utilizarem o fogo, entre outras coisas. Tivemos, também, a migração dos hominídeos da África (berço dos homens) para outros continentes, como Ásia e Europa.

A fase final do período paleolítico é caracterizada por homens nômades (sem domicílios fixos), que constituíam uma sociedade de coletores e caçadores, habitante das entradas das cavernas. Para tal, o homem ‘domestica’ o fogo - o uso deste possibilitou que o ser humano pudesse espantar animais, cozinhar e iluminar as cavernas, além de conseguir calor -, e o incluí em sua rotina, além de fabricar instrumentos de ossos, e de pedra lascada (resultado de choques, com extremidades pontiagudas) para a extração de raízes, e abate de animais.

Na organização de sua sociedade, relativamente pequena, os homens instituíram a divisão etária e sexual do trabalho. Ou seja, a função de cada um dentro do grupo dependia da sua idade e do seu sexo. Isto, numa sociedade coletora e caçadora, possibilitou uma enorme evolução na esfera da organização, e, juntamente com outros adventos, como as armas, ocasionou o domínio humano sobre o meio, o território.

Continuando o ciclo evolutivo desta sociedade primitiva, o homem desenvolve a linguagem oral, e passa a ilustrar os animais, e cenas de caça, nas paredes de suas moradias, as cavernas. A essa forma de arte, de caráter mágico, essencial para conhecermos a sociedade paleolítica, damos o nome de arte rupestre.

Além de tudo, o período Paleolítico é marcado pelo início dos rituais funerários, e pelo culto aos mortos, cujos túmulos eram cercados por pedras – em ideia de proteção aos corpos. Cada vez mais evolucionados, os homens aperfeiçoaram ainda mais a fabricação de armas, que incluía anzol, arpão, arco, flecha e lança, e, assim, caminharam para o próximo período da Pré-História, chamado Mesolítico.

Período Mesolítico – (10.000 – 8.000 a.C.)

O período Mesolítico é caracterizado por ser um período de transição de uma sociedade nômade para uma sociedade sedentária. Isto porque durante os dois mil anos que engloba, o homem passou a realizar o cultivo de algumas espécies de plantas, e, também, o início da domesticação de alguns animais. Também neste período temos o fim das glaciações (períodos em que grandes porções do planeta Terra foram cobertas por gelo) e a Terra começou a adquirir as características que aparenta atualmente, como desertos e florestas densas, nas regiões temperadas.

É nesta época que o homem começa a abandonar as cavernas, já que o clima do planeta se torna melhor, e começa a habitar as planícies. Isto foi possível, também, pelo uso do fogo para espantar animais, e, por possuíram armas mais sofisticadas, para abatê-los em caso de ataque. Tudo isso, associado ao início da agricultura, e da pecuária, fizeram com que a sociedade humana fosse gradativamente tornando-se sedentária (fixo, presa a determinada região), porém, este processo só é consolidado e concluído no período Neolítico.

A sociedade mesolítica aprimorou as tecnologias e as artes, com a introdução da figura humana em figuras, ainda nas cavernas, com o desenvolvimento de desenhos estilizados, com o aprimoramento de armas, e produção de instrumentos mais elaborados, facilitados, por exemplo, pelo advento da cerâmica, criada pelos homens mesolíticos.

Ou seja, o homem, pela primeira vez introduz sua própria figura nos desenhos e pinturas, que se tornaram cada vez mais estilizados, mais desenvolvidos, o que pode significar que, pela primeira vez, se via como parte da natureza que os cercava. E, assim, caminhou para o último período da Pré-História, que chamamos de Período Neolítico.

Período Neolítico – (8.000 – 4.000 a.C.)

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Este é, certamente, o período mais complexo da Pré-História, porque é, também, o momento em que as coisas acontecem com maior rapidez, agilidade. É neste período que ocorre a sedentarização da população humana (não toda ela, já que alguns grupos continuaram nômades por milênios, mas, boa parte dela, a parte mais evoluída intelectualmente).

Tal sedentarização foi consequência das práticas agropastoris, ou seja, com o surgimento e desenvolvimento da agricultura e da pecuária, os povos perceberam que não era mais necessário caminhar por diversas regiões para buscar alimento. Podiam cultivá-lo ou cria-lo em apenas uma região, e, assim, fixaram-se em algumas regiões do mapa global. Geralmente essas regiões eram margens de grandes rios, que, com suas enchentes e secas periódicas, inundavam e esvaziavam as margens, deixando uma enorme camada de lodo, que deixava o solo rico, fértil, e propício à agricultura e à pecuária. A esse surto agropastoril, a essa sedentarização da espécie humana, dá-se o nome de Revolução Neolítica.

Esta revolução, por sua vez, fez com que diversas populações humanas se unissem em grupos cada vez maiores, já que, era necessária mais gente para cultivar e domesticar animais, do que simplesmente colher e caçar. Havia a necessidade de mais pessoas nos grupos e, então, cada vez mais surgiam, juntamente com as tecnologias necessárias ao desenvolvimento da agricultura, grupos maiores e mais complexos. Formaram-se, então, sociedades comunitárias, baseadas na cooperação entre todos os membros do grupo, e nas divisões de trabalho, ainda divididos de forma etária e sexual. Mais tarde, o ser humano começa a possui um senso de território.

Ou seja, começou a perceber que possuía um território, e que necessitava deste para produzir, juntamente com seu grupo, sua sociedade. Este pensamento ocasionou o surgimento das primeiras tribos, a fim de proteger os territórios e, também, a eleição para os primeiros chefes destas tribos. Em geral, eram escolhidos os homens mais velhos do grupo – percebemos, então, os primeiros sinais de submissão das mulheres ao sexo masculino, visto que, anteriormente as mulheres, geradoras da vida, eram respeitadas e admiradas por todos os homens, e, agora, não tinham o direito político de exercer a chefia de um grupo (houve exceções).

Novamente, há o aprimoramento de diversas tecnologias, como a invenção da roda, e a confecção de tecidos, além da construção de meios de transporte; também há o desenvolvimento das primeiras tecnologias para fins agropastoris, como os primitivos arados, que facilitaram a agricultura e a pecuária de tal modo, que há o aparecimento de excedentes.

Estes excedentes de produção (aquilo que não era consumido pela tribo), por sua vez, gerou a troca com outras tribos, o que, podemos dizer, gerou as primeiras atividades comerciais, o que chamamos de comércio. As populações produziam demais, não consumiam, e trocavam o que sobrava com outros povos, praticando a relação comercial. Também nesta época, os seres humanos aperfeiçoam sua arte, com pinturas figurativas e geométricas, e, além disso, esculturas de baixo-relevo. Temos o início do culto à natureza, aos antepassados, e à deusa da fertilidade. Assim sendo, é notável que tivemos uma evolução gradual e significante do pensamento religioso.

Em, cerca de, cinco mil anos antes de Cristo, o homem assimilou, agregou e desenvolveu o uso do cobre em suas atividades, e em seus instrumentos, como armas. Depois, aprendeu a fundir o cobre com o estanho, gerando, assim, o bronze. O bronze, mais resistente, substituiu o cobre, e, seu uso prosseguiu até o longínquo ano de 1.200 a.C. quando foi substituído pelo ferro. A este período, de desenvolvimento e manuseamento de metais, compreendido entre 4mil e 5mil anos a.C., damos o nome de Idade dos Metais. Todos os fatores ditos anteriormente, juntos, incitaram a fusão de inúmeras tribos, que, por sua vez, geraram as cidades-estados, e, após, os primeiros reinos.

Há a formação dos primeiros núcleos urbanos, em um processo conhecido como urbanização, e há também, uma reformulação político-administrativa destas cidades, que culminariam nas primeiras civilizações. Anteriormente sociedades comunitárias de produção agropastoril, as sociedades ingressaram em um regime em que as terras pertenciam ao Estado, e eram geridas por uma pessoa (os governantes, e, futuramente, os reis), e por uma aristocracia (classe dos nobres, dos privilegiados), o que provocou a ascensão de algumas pessoas em detrimento de outras, dando origem as classes e desigualdades sociais. Esse novo modo de produção, foi ocasionado pela necessidade de coordenação das atividades agrícolas e pastoris, já que havia excedente e necessidade de comercialização.

Também, pela necessidade de proteção, o que levou a eleição de chefes, e de pessoas para auxiliarem em seus trabalhos. Com as fusões das sociedades, os chefes tornaram-se gradativamente mais poderosos, e as aristocracias foram, também, ficando mais ricas. O sistema funcionava da seguinte forma: As terras pertenciam ao estado, e eram geridas pelos seus governantes, que controlavam a produção e o excedente.

O povo produzia, na terra, presos à ela (não podiam abandoná-la), reprimidos a um regime de servidão coletiva, e ficava com determinada parte do bolo. Enquanto a aristocracia, favorecida, ficava com a maior parte da produção. Tudo isso no que chamamos de modo de produção asiático. Chegamos, então, aos primeiros estados organizados, culminantes de diversos fatores, que vimos anteriormente, e ao fim da Pré-História. Os primeiros Estados foram o Egito e a Mesopotâmia, cuja primeira civilização (os sumérios) criou a escrita e iniciaram a Idade Antiga.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. O Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor. Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: http://www.brasilescola.com.

Por que o processo de sedentarização foi importante para a história da humanidade?

Com isso, era possível garantir alimentos por muito tempo, além de alimentar um maior número de pessoas, sem a necessidade de se mudar para outros locais, criando o sedentarismo a partir da agricultura de espécies de plantas e animais domesticados.

Quando ocorreu o processo de sedentarismo humano?

Por volta de 4000 a.C., as primeiras comunidades se estabeleceram próximos aos rios, pela necessidade de terra fértil e água para a agricultura. Desta forma, ocorreu o processo de sedentarização, isto é, deixaram de ser nômades permanecendo em um lugar fixo.

Como surgiram os primeiros núcleos urbanos?

Os primeiros núcleos urbanos surgiram no litoral em decorrência do modo de ocupação do território brasileiro. A ocupação do território brasileiro pelos colonizadores europeus teve início nas áreas litorâneas. O território do Brasil ocupa uma área de 8 514 876 km².

Quais foram os primeiros núcleos urbanos que se tem registro?

São Vicente, Olinda, Igaraçu, Salvador, Rio de Janeiro, Filipeia de Nossa Senhora das Neves e as demais cidades surgidas nos primeiros tempos de colonização eram núcleos pequenos. Além das casas dos poucos moradores, apenas se destacavam a igreja, a sede da Câmara Municipal e a Cadeia.