Qual a importância da segurança do trabalho para o setor hospitalar?

Os riscos diários corridos pelos profissionais que trabalham na área hospitalar são inúmeros. Acidentes físicos, químicos e mesmo biológicos são algumas das situações que podem comprometer a saúde e a vida de médicos, enfermeiros, trabalhadores da área da limpeza, entre tantos outros profissionais. Por isso, não é por acaso que existe a NR 32, que é um conjunto de normas que visa proteger a saúde e a segurança desses colaboradores.

Essa é, sem dúvidas, uma grande preocupação de quem gerencia um estabelecimento clínico ou hospitalar. De fato, otimizar os resultados na área é um enorme desafio, mas algumas diretrizes ajudam nessa tarefa, como é o caso da NR 32.

Em resumo, essa norma regulamentadora visa preservar a saúde de todos que atuam nesses ambientes. Ela é abrangente e engloba desde as medidas a serem adotadas para prevenir acidentes e infecções — como o uso de EPIs (equipamentos de proteção individual) — até os perigos decorrentes de práticas inadequadas.

Neste post, descubra a importância da NR 32, os meios de garantir a segurança e a saúde de pacientes e colaboradores, os principais riscos em instituições clínicas e hospitalares, além de como conscientizar as equipes a respeito deles. Boa leitura!

O que é e qual a importância da NR 32?

Instituída em 2005, por meio da Portaria 485 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a norma regulamentadora NR 32 estabelece medidas protetivas para promover a saúde e a segurança de todas as pessoas que se encontram em um ambiente clínico ou hospitalar — colaboradores, pacientes, familiares, entre outras.

Desde então, qualquer estabelecimento que promova a assistência, a recuperação, a pesquisa e o ensino em saúde — não importa o grau de complexidade — deve seguir com rigor as diretrizes descritas na NR 32. Ao cumprir as determinações, os hospitais e as clínicas garantem a integridade dos funcionários e evitam os acidentes e as doenças ocupacionais.

No entanto, é importante ressaltar que essa norma regulamentadora não desobriga as instituições clínicas e hospitalares de atenderem às demais medidas de segurança em seus ambientes, como as previstas no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).

As complexidades que fazem parte da rotina de quem trabalha na área da saúde não são poucas. Justamente por isso que a criação da NR 32 é um marco importante, pois as ações previstas nela têm como objetivo diminuir os riscos nesse cenário que envolve a manipulação de material biológico, agentes químicos, exposição a uma alta carga viral, entre outras particularidades.

Contudo, para que a norma seja eficiente e cumpra o seu papel de diminuição e prevenção de riscos, as instituições de saúde precisam estar comprometidas com todas as ações necessárias e previstas pela NR 32. Gestores e colaboradores precisam trabalhar em conjunto para que regras sejam entendidas e seguidas todos os dias.

Quais são os principais objetivos?

De acordo com a própria descrição presente na NR 32, sua principal finalidade é criar diretrizes para a implementação de ações que visam proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores. Esses profissionais são aqueles que exercem atividades na área da saúde.

A norma define como profissionais da área todas aquelas pessoas que trabalham na promoção, assistência, recuperação, ensino e pesquisa relacionadas à saúde, seja qual for o nível de complexidade. Ou seja, essas diretrizes abrangem um número grande de pessoas que diariamente precisam seguir cuidados específicos, de acordo com os riscos aos quais estão expostas.

Quais os desafios da NR 32?

Infelizmente, mesmo com normas e procedimentos preestabelecidos, o setor da saúde no Brasil ainda enfrenta problemas relacionados à saúde ocupacional e acidentes de trabalho. Considerando que muitos acidentes podem ser evitados, um dos maiores desafios para a NR 32 é fazer com que todas as suas regras sejam, efetivamente, colocadas em prática.

Não podemos negar que a NR 32 é uma conquista não apenas para os trabalhadores da área da saúde, mas para a sociedade em geral. No entanto, a cada acidente de trabalho sofrido por um enfermeiro ou mesmo cozinheiro de um hospital, por exemplo, fica evidente que nem todos os riscos são monitorados e controlados.

Como garantir segurança no trabalho em serviços de saúde?

Por englobar assuntos relativos à segurança e a saúde no trabalho em serviços de saúde, a NR 32 aborda também o comportamento dos colaboradores dentro dos estabelecimentos hospitalares e clínicos. Nesse sentido, a norma aponta a necessidade do emprego de EPIs nesses espaços.

Entre os principais EPIs usados nessa área, podemos citar luva, máscara, touca, avental e mesmo sapato fechado. Todos eles, de alguma forma, ajudam a proteger não apenas a saúde do trabalhador, mas também dos próprios pacientes atendidos por eles. Imagine se um médico não usasse máscara ao visitar o setor de isolamento do hospital?

Certamente, sua saúde seria comprometida em pouco tempo. Sem contar que ele seria um vetor espalhando vírus e outros microrganismos entre pacientes e colegas de trabalho saudáveis. Cabe ao gestor fornecer os equipamentos de proteção, bem como treinamento sobre o uso dos mesmos, a todos os colaboradores.

Ao investir em segurança do trabalho e na utilização desses equipamentos, as instituições evitam os acidentes e as doenças ocupacionais, além de garantirem um maior controle de riscos. Outra medida importante a ser adotada em clínicas e hospitais é a proibição do uso de acessórios — brincos, relógios, pulseiras, anéis, alianças, colares, entre outros, durante o expediente, pois esses atrapalham, até mesmo, nos processos de higiene e lavagem das mãos, por exemplo.

É preciso, ainda, orientar os colaboradores sobre a maneira apropriada de manipular os instrumentos e equipamentos hospitalares, com o intuito de evitar acidentes e reduzir o índice de absenteísmo. O alerta sobre o descarte correto dos materiais é mais uma forma de proporcionar segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde.

Não é à toa que essas práticas são especificadas na NR 32. Quando executadas em conjunto e do modo correto, elas garantem a alta produtividade e a qualidade de vida dos colaboradores, contribuem com a redução de custos e evitam multas, bem como processos trabalhistas, nos estabelecimentos clínicos e hospitalares.

Como implementar as regras na prática?

Para que as regras de segurança, não apenas da NR 32, sejam implementadas em um hospital, é preciso que o gestor esteja atento a algumas questões. O trabalho não é fácil e exige dedicação diária para chegar aos resultados esperados. No entanto, os passos abaixo ajudam a colocar as regras de segurança hospitalar em prática de maneira mais organizada:

  • certifique-se de que todos os colaboradores tenham acesso a treinamento adequado de segurança do trabalho;
  • mantenha uma análise sistemática de todos os riscos presentes no ambiente hospitalar;
  • é preciso encontrar soluções para todos os riscos identificados, por menores que eles sejam;
  • crie um sistema de avaliação do trabalho dos colaboradores, de modo a se certificar de que todos seguem as regras;
  • invista sempre em tecnologia e sistemas de gestão que vão facilitar a implementação e avaliação de todos os processos.

Quais são os principais riscos em ambientes clínicos e hospitalares?

Quando deixam de cumprir as regras da NR 32, os hospitais e clínicas ficam sujeitos a diversos tipos de riscos. Abaixo, descrevemos quais são os principais deles.

Riscos biológicos

As bactérias, os vírus e os parasitas são exemplos de microrganismos que oferecem riscos biológicos. Inclusive, a NR 32 descreve quais são esses riscos e como evitar a sua propagação, identificando em quais áreas eles estão presentes, orientações de limpeza e mesmo o que não deve ser feito no ambiente de trabalho como forma de minimizar o problema, por exemplo.

Riscos químicos

Esses riscos estão relacionados à aspiração e ao contato de soluções com a pele ou mucosas do corpo. Por isso, é importante observar o rótulo das embalagens, identificar os frascos e os recipientes que contenham produtos químicos, bem como realizar o manuseio deles de forma adequada.

Radiações ionizantes

De acordo com a NR 32, os estabelecimentos clínicos e hospitalares devem elaborar o Plano de Proteção Radiológica (PPR) e permitir que todos os colaboradores tenham acesso a ele. Profissionais que atuam em áreas onde existe esse tipo de risco precisam tomar os cuidados descritos na norma, como o uso de EPIs apropriados.

Riscos nas lavanderias

A norma que trata da segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde exige que as lavanderias hospitalares tenham duas áreas, a “suja” e a “limpa”. Na primeira, ocorre o recebimento, a classificação, a pesagem e a lavagem de roupas. Já na segunda, as peças higienizadas são manipuladas. É importante ressaltar que as máquinas devem contar com portas duplas ou de barreira para que a roupa a ser lavada seja introduzida pela área suja e, ao fim do processo, retirada do outro lado, isto é, o limpo.

Limpeza e conservação

Devido ao alto grau de exposição aos riscos no ambiente clínico e hospitalar, os trabalhadores da limpeza e conservação também precisam seguir as medidas preventivas mencionadas na NR 32 para evitar doenças e acidentes ocupacionais. Portanto, o uso de EPIs, EPCs (equipamentos de proteção coletiva) e materiais adequados é obrigatório. É fundamental, ainda, oferecer capacitação inicial e continuada a esses colaboradores para a promoção da saúde no local de trabalho.

Manutenção de máquinas e equipamentos

O serviço de manutenção só poderá ser executado se as máquinas e os equipamentos passarem, previamente, por um processo de descontaminação. Os trabalhadores, por sua vez, deverão receber treinamentos específicos para realizar essa tarefa, além de serem conscientizados sobre os riscos e as devidas medidas para evitá-los.

Resíduos

Para evitar os perigos decorrentes do contato com os resíduos hospitalares, é preciso manipulá-los de modo adequado, conforme prevê a NR 32. Assim, tanto a saúde dos colaboradores como o meio ambiente serão preservados.

Condições dos refeitórios

Uma das razões para adotar práticas de prevenção nos ambientes onde os profissionais de saúde realizam as suas refeições é evitar infecções causadas pela ingestão de alimentos contaminados. Normas regulamentadoras estabelecem uma série de exigências para esses espaços, como o fornecimento de água potável e a localização fora da região do posto de trabalho.

Até aqui já deu para perceber que a NR 32 engloba diversos assuntos, desde os riscos causados por agentes biológicos durante o atendimento a um paciente até a manipulação de roupa suja na lavanderia do hospital, por exemplo. Por isso que os gestores hospitalares precisam estar atento ao cumprimento diário de tudo isso, pois as regras são inúmeras e somente serão corretamente empregadas se aplicadas sistematicamente todos os dias, sem a possibilidade de abrir nenhum tipo de exceção.

Por que a NR 32 é importante em épocas de pandemia?

No fim de 2019, na China, surgiram os primeiros casos da doença COVID-19, causada pelo coronavírus. Rapidamente, o problema se espalhou pelos outros países e foi classificado como uma pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

A situação não deixou apenas a população em geral surpresa, mas autoridades e profissionais da área da saúde também. Nesse tipo de contexto, fica ainda mais evidente o cumprimento das regras de segurança hospitalar para reguardar a saúde de todas as pessoas.

No caso do coronavírus, por exemplo, o problema se dá por conta dos riscos biológicos — um caso já descrito na NR 32. A própria norma traz algumas classificações que ajudam a entender melhor os riscos biológicos baseados em sua patogenicidade, disseminação, virulência e meios de tratamento e profilaxia.

Destaca-se, também, que a NR 32 classifica os agentes biológicos em uma escala que visa identificar o nível de riscos aos quais o trabalhador da área da saúde está exposto. No caso do coronavírus, sua classe é a 2, o que significa um risco moderado. Baseando suas ações nas recomendações da NR 32 e também nas atualizações feitas por órgãos como o Ministério da Saúde, a questão da segurança do trabalho nos hospitais é melhor conduzida, mesmo diante de novas situações.

Como conscientizar os profissionais de saúde sobre os riscos de infecções?

A capacitação inicial e constante dos colaboradores para a prevenção de acidentes e doenças nos ambientes clínicos e hospitalares também é mencionada na NR 32. Aliás, a educação continuada é a melhor forma de mobilizar e conscientizar sobre os riscos de infecções e, por consequência, promover uma mudança comportamental dentro da instituição.

Esse trabalho representa um grande desafio para os profissionais que gerenciam hospitais, clínicas e outros estabelecimentos de saúde, afinal, deve alcançar todas as esferas — da operacional à administrativa, da gestão à diretoria e os conselhos hospitalares. No entanto, ele é fundamental para garantir a observância da NR 32 e a avaliação positiva dos órgãos fiscalizadores.

Como você pôde perceber, a NR 32 é uma das principais diretrizes para evitar os riscos de contrair doenças em clínicas e hospitais, propiciando um ambiente de trabalho eficiente e seguro. Cabe aos gestores hospitalares encontrar medidas para promover a saúde de todos e certificar-se do cumprimento dessa e de outras normas em suas instituições.

O oferecimento de treinamentos não deve ser feito somente entre os novos colaboradores. Pelo contrário, para manter a motivação e mesmo o interesse dos funcionários pelo assunto, o hospital deve oferecer reciclagens e treinamentos também para quem já trabalha no local há muito tempo.

Além do mais, novos procedimentos podem ser adotados durante situações de emergência, como a causada pela pandemia do COVID-19. Com isso, é fundamental que os gestores estejam atentos à necessidade de manter as equipes bem treinadas e com o conhecimento necessário para lidar com os desafios da rotina hospitalar.

Viu só como a NR 32 é importante na rotina hospitalar? Sua principal função é reguardar vidas e os gestores hospitalares não devem abrir mão do seu cumprimento no dia a dia.

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Qual a importância da segurança do trabalho no ambiente hospitalar?

Por isso, a segurança do trabalho em hospitais visa diminuir as possibilidades de acidentes, sem prejudicar o funcionamento do local. Para isso, a direção do hospital precisa identificar possíveis não-conformidades e investir em ações de conscientização e prevenção.

Qual a importância da segurança nos serviços de saúde?

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, “Segurança do Paciente é o conjunto de ações voltadas à proteção do paciente contra riscos, eventos adversos (incidente que resulta em dano à saúde) e danos desnecessários durante a atenção prestada nos serviços de saúde”.

Qual a importância da segurança no trabalho na enfermagem?

Avaliação das condições de segurança e periculosidade da empresa. A equipe de Enfermagem do Trabalho está sempre de olho nas condições em que os trabalhadores realizam suas atividades. Esse monitoramento é importante para perceber fatores que podem desencadear ou agravar doenças ocupacionais, ou até acidentes.

Qual a função principal da área de saúde e segurança no trabalho?

Esse setor é responsável pela prevenção de doenças e de outros fatores que podem impactar negativamente a saúde e a vida do trabalhador. Para isso, a saúde ocupacional da empresa, deve proporcionar um ambiente de trabalho adequado e promover o bem-estar físico e emocional dos colaboradores.