No que se refere a avaliação diagnóstica é correto afirmar que ela deve ocorrer

A avaliação diagnóstica é um conceito comum no dia a dia da educação básica. Entretanto, no ensino superior, muitas vezes ocorre de sua aplicação ser ignorada ou negligenciada.

Para compreendermos melhor esse conceito e como ele se aplica ao ensino superior, temos que enxergar as avaliações com uma nova perspectiva. Elas não devem servir apenas para classificar e dar notas aos estudantes. Mas sim, como uma ferramenta que auxilia discentes e docentes a avançar no processo de aprendizagem.

Tanto na educação presencial, quanto nas modalidades a distância e no ensino híbrido no ensino superior, a avaliação diagnóstica pode ser um importante instrumento para melhorar a aprendizagem dos alunos e oferecer uma educação de maior qualidade para cada estudante.

Sabendo da importância desse processo, preparamos este artigo especial para que você possa compreender melhor as aplicações da avaliação diagnóstica na sua instituição de educação superior (IES).

Continue a leitura e saiba mais sobre o que é a avaliação diagnóstica, qual seu objetivo, quando deve ser aplicada, como ela é feita, como os professores podem compor as avaliações, como fazer o relatório e mais!

Índice

O que é uma avaliação diagnóstica?
Qual é o objetivo de uma avaliação diagnóstica?
Quando a avaliação diagnóstica deve ser aplicada?
Qual a importância da avaliação diagnóstica na volta ao ensino presencial?
Como é feita a avaliação diagnóstica?
O que o professor precisa selecionar para compor uma avaliação diagnóstica?
8 dicas para realizar uma avaliação diagnóstica de sucesso
Como fazer um relatório de avaliação diagnóstica?
O que fazer após a realização da avaliação diagnóstica?
O que é nivelamento de aprendizagem?
Qual a importância de personalizar o ensino?
Por que inserir trilhas de aprendizagem na IES?

Antes de falarmos das partes práticas, é necessário compreender melhor a conceituação teórica que envolve esse termo e sua relevância no contexto da educação superior.

Podemos considerar a avaliação diagnóstica como um tipo de avaliação de aprendizagem que busca compreender e identificar os conteúdos e os conhecimentos que os estudantes já possuem

Com essa avaliação, é possível conhecer mais sobre o histórico educacional dos estudantes, com detalhes como:

  • O que o aluno sabe;
  • O que o aluno deveria saber, mas não sabe;
  • As expectativas do estudante em relação aos conteúdos.

Tal diagnóstico é importante para que os professores possam melhorar os processos de ensino e aprendizagem durante o período letivo para uma turma ou estudante específico.

Qual a diferença entre a avaliação diagnóstica e outros tipos de avaliação?

Agora que já temos o conceito da avaliação diagnóstico em mente, que tal entendermos como ela se distingue e se relaciona de outras avaliações?

Consideremos outros dois tipos de avaliações mais conhecidos, as avaliações somativas e formativas:

  • As avaliações somativas têm o objetivo de examinar se o estudante está acompanhando os processos de ensino e aprendizagem, e não traçar diagnósticos sobre seus pontos fortes ou limitações. Ela também cumpre uma função classificatória, agrupando os alunos de acordo com seu aproveitamento e rendimento nas atividades, além de atribuir notas ou conceitos para refletir essa classificação.
  • As avaliações formativas fazem parte de um processo contínuo que busca contribuir com a construção do aprendizado dos estudantes. Porém, elas não possuem caráter quantificativo, como as avaliações somativas. E, apesar de oferecer dados aos professores sobre seus procedimentos de ensino e aos alunos sobre seu desempenho, não há um papel de diagnóstico inicial como a avaliação diagnóstica.

Todos esses tipos de avaliação de aprendizagem são importantes e colaboram para os processos de ensino da IES. Elas precisam ser aplicadas de forma conjugada para que o processo de ensino e aprendizagem seja realizado de forma eficaz.

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Entretanto, é importante ressaltar a importância da avaliação diagnóstica dentro desse contexto educacional. Isso porque esse tipo de avaliação vai além de uma função avaliativa classificatória, mas preza pela inclusão dos alunos e compreensão de suas dificuldades.

Ademais, a avaliação diagnóstica é ponto de partida que determina como o processo de aprendizagem vai se dar dentro do contexto daquela turma ou para um aluno específico. 

Qual é o objetivo de uma avaliação diagnóstica?

A definição de avaliação diagnóstica que exploramos acima já dá pistas sobre o objetivo desse tipo de teste. Mas, para efeito de clarificação, vamos explorar essa questão de forma mais específica.

O principal objetivo de uma avaliação diagnóstica é reconhecer e caracterizar as etapas de aprendizagem em que os alunos estão posicionados. Com essa avaliação, é possível também identificar as limitações e aptidões de cada estudante, além de conceitos e habilidades dominadas ou negligenciadas por cada um.

Dessa forma, podemos fragmentar o objetivo geral das avaliações diagnósticas em três objetivos específicos:

  1. Identificar as realidades dos estudantes que estão inseridos nesse processo de aprendizagem;
  2. Apurar a presença ou ausência das habilidades dos alunos;
  3. Refletir sobre e reconhecer as causas, dificuldades e limitações de aprendizagem de cada aluno.

Com esses objetivos em mente, é importante ressaltar que a avaliação diagnóstica não tem como finalidade avaliar o estudante em si, mas sim o seu potencial de aprendizagem.

Desse modo, ao efetuar a avaliação diagnóstica e analisar seus resultados, os professores conseguem adaptar o plano de ensino para atender seus estudantes da melhor maneira.

Os benefícios da avaliação diagnóstica para o sistema educacional

Vimos que a realização de uma avaliação diagnóstica ao longo da formação serve para que os professores possam conhecer melhor os estudantes, suas competências e suas dificuldades. Constituem, assim, instrumentos de auxílio no planejamento do curso e na escolha das aulas em que os alunos necessitam de reforços ou intensificação de materiais pedagógicos.

Assim, a avaliação diagnóstica, embora esteja vinculada a uma análise aprofundada dos potenciais dos estudantes, conforme visto, também é essencial para contribuir para a melhoria do sistema educacional e das práticas desenvolvidas na IES como um todo. 

Uma avaliação bem feita tem condições, inclusive, de verificar a satisfação e a motivação dos docentes, bem como seu rendimento no desempenho das funções. Questões como clima institucional, eficácia dos currículos e das metodologias vinculadas a cada programa e a cada curso também são evidenciadas com uma boa avaliação diagnóstica.


Quando a avaliação diagnóstica deve ser aplicada?

De maneira geral, é indicado que a avaliação diagnóstica seja aplicada no início de um processo ou ciclo de ensino e aprendizagem.

E com isso, o início do processo ou ciclo é compreendido como início do ano ou semestre letivo, bem como início de uma nova unidade de ensino ou em outros pontos iniciais que os professores julgarem necessário.

Na visão de Benjamin S. Bloom, importante psicólogo e pedagogo americano, a avaliação diagnóstica deve ocorrer em dois momentos distintos:

  • O primeiro deles é no início dos processos de aprendizagem, em que o objetivo é averiguar se cada estudante possui os pré-requisitos necessários para o desenvolvimento das atividades previstas no plano de curso.
  • No segundo momento, que pode ocorrer em diferentes pontos do processo de aprendizagem, o objetivo é investigar e identificar as causas dos fracassos ou limitações dos processos de aprendizagem.

Note que, mesmo na abordagem de Bloom, a execução da avaliação diagnóstica já no início do processo de aprendizagem é mantida.

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Afinal, esse tempo é coerente com o principal objetivo de uma avaliação diagnóstica: o de detectar os conhecimentos e habilidades que os alunos já possuem para determinar, a partir daí, as adaptações necessárias no plano de aula, de curso, etc.

Qual a importância da avaliação diagnóstica na volta ao ensino presencial?

Com o decorrer da pandemia do novo coronavírus, toda a humanidade precisou se adaptar à nova realidade. O isolamento social foi a principal forma de combater a nova doença e, com isso, as interações entre as pessoas precisaram ser reduzidas — pelo menos de forma presencial.

O mundo do trabalho viu no home office uma saída. Já a educação, por sua vez, precisou passar o ensino presencial para o modelo remoto. O ensino remoto, de forma simplificada, é a aplicação do modelo presencial através de recursos digitais. Desse modo, seu conceito não deve ser confundido com a educação a distância (EaD), que possui uma metodologia específica.

Agora, com a volta do ensino presencial, é ainda mais necessária a realização de uma avaliação diagnóstica. Neste novo momento é imprescindível observar como anda a aprendizagem dos estudantes.

Um dos principais motivos para isso é analisar se o ensino remoto foi de fato eficiente. Com uma avaliação diagnóstica de qualidade, ficará perceptível se os alunos adquiriram os conhecimentos esperados durante a pandemia ou se as aulas online foram deficitárias.

Outro ponto central é que para muitos estudantes, o ensino superior se iniciará agora, durante a volta às aulas presenciais. É importante que a IES saiba se seus futuros alunos adquiriram os conhecimentos básicos para cursar uma graduação, seja em matérias como português, matemática, biologia, química, etc. 

Devemos lembrar que as aulas remotas não foram aplicadas nas escolas públicas com a mesma facilidade e recursos do ensino superior. Há uma lacuna no conhecimento de inúmeros estudantes que deve ser descoberta e corrigida

Como é feita a avaliação diagnóstica?

É possível efetuar a avaliação diagnóstica de diferentes formas. O modelo escolhido pode variar de acordo com a disciplina ensinada, turma, objetivos e estratégias de ensino, entre outros fatores.

Inclusive, é possível utilizar de diferentes testes para traçar uma avaliação diagnóstica. Assim, não é necessário se limitar a um tipo de exercício específico que não irá avaliar os potenciais dos alunos em sua totalidade.

É importante que as tarefas escolhidas para compor a avaliação diagnóstica exijam a aplicação de conhecimentos que os alunos tiveram contato em ciclos anteriores, e que são necessários para o avanço do processo de aprendizagem atual.

Além disso, incluir atividades que abordem temas a serem explorados durante o processo de aprendizagem atual também pode ser muito interessante. Isso permite que o professor descubra se alguns alunos ou a turma como um todo já tiveram algum contato com os temas que pretende explorar.

Um ponto de atenção importante diz respeito à repetição de atividades e alguns vícios causados pela rotina. Por exemplo: é comum que professores utilizem técnicas e formas de avaliação tradicionais ou até mesmo antiquadas, apenas por hábito. Ou, ainda, aplicam formatos de avaliação que são impostos pela IES, mas não cumprem seu papel de diagnóstico.

Reiteramos, então, a necessidade de escolher as técnicas de avaliação de acordo com os objetivos da avaliação de diagnóstico e do processo de aprendizagem de cada conteúdo.

Abaixo você confere alguns tipos de atividades que podem ser utilizadas para compor uma avaliação diagnóstica:

Testes discursivos e/ou redações

Provas discursivas e redações são algumas das estratégias mais tradicionais de avaliação. Entretanto, isso não quer dizer que sejam antiquadas ou ineficientes.

Através desse tipo de teste é possível analisar a capacidade dos alunos de relacionar contextos, elaborar seus raciocínios na forma escrita, indicar maneiras de solucionar problemas, além de seus conhecimentos na língua portuguesa, entre outras possibilidades.

Além de propostas de redações, os testes discursivos podem assumir forma de discussões, perguntas, provas com consultas ou até trabalhos a serem realizados em casa.

Provas objetivas

Os testes objetivos, ou provas fechadas, se configuram pela presença de questões de múltipla escolha. Outras opções incluem a classificação de afirmativas entre verdadeiro ou falso e até associar ou ordenar informações. 

Atividades práticas

Caso a disciplina ou ciclo de aprendizagem envolvem conhecimentos na área da saúde ou domínio psicomotor, por exemplo, as atividades práticas podem ser uma opção interessante de avaliação diagnóstica!

Provas orais

As avaliações orais podem oferecer excelentes diagnósticos sobre os conhecimentos dos alunos, suas opiniões, desenvoltura, habilidade de expressão, entre outras competências.

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Entrevistas

As entrevistas são um formato menos tradicional de efetuar avaliações diagnósticas. No entanto, dependendo dos objetivos, elas podem colaborar muito na definição de um bom diagnóstico!

Com elas, é possível conhecer mais a fundo a história do aluno, suas crenças, valores, padrões, maturidade emocional, entre outros pontos.

Trabalhos

Trabalhos como elaboração de artigos ou monografias auxiliam os professores a examinar a expressão verbal dos estudantes, suas habilidades de pesquisa, de argumentação, relação de conceitos, entre outras competências.

O que o professor precisa selecionar para compor uma avaliação diagnóstica?

Para compor uma boa avaliação diagnóstica, o professor deve considerar seus objetivos, o que deseja descobrir com a avaliação, e quais os tipos de questões são mais indicados para isso.

Como explicamos na seção acima, é possível selecionar mais de um tipo de questão para compor uma avaliação diagnóstica. Assim, o professor pode, por exemplo, selecionar questões discursivas e também objetivas. Ou propor um trabalho para ser feito em casa, e aplicar uma prova oral em sala, entre outras combinações.

No caso de cursos e disciplinas a distância (EaD), ou caso o professor opte por aplicar um teste online, a IES pode contar com uma plataforma digital de aprendizagem. Algumas delas possuem opções para efetuar testes personalizados.

O professor pode, assim, selecionar o formato e as questões que deseja aplicar virtualmente. Testes virtuais também podem gerar maior praticidade na hora de aplicar e permitir que os alunos façam a avaliação em um horário e/ou lugar mais tranquilo para cada um deles. Mas esse não é o único benefício!

Boas plataformas de aprendizagem oferecem relatórios completos com os resultados das avaliações. Em muitos casos, é possível analisar aluno por aluno, turma por turma, ou até comparar o desenvolvimento de um aluno em relação ao restante da classe.

8 dicas para realizar uma avaliação diagnóstica de sucesso

Mesmo que tenha um formato simples, a avaliação diagnóstica deve ser feita com qualidade. É importante construir mecanismos avaliativos que revelem informações precisas e, para isso, deve-se manter atenção aos detalhes.

Para auxiliar nesse processo de avaliação dos alunos, traremos agora uma lista com 8 dicas para o sucesso da sua avaliação diagnóstica.

1. Deixe evidentes os objetivos

É importante que os coordenadores de curso e os professores conheçam o porquê da realização da avaliação diagnóstica. É também primordial que exista um plano de atuação previamente definido e baseado nos resultados obtidos, pois a avaliação não pode se tornar um fim em si mesma.

Desse modo, para chegar aos objetivos propostos, é necessário que a IES se organize, observando o plano de ensino, a matriz curricular e o calendário acadêmico. Saber o que se quer — e como será feito — são passos necessários para o sucesso!

2. Delimite as prioridades

Para que a avaliação diagnóstica alcance seus objetivos, é necessário compreender o que é prioritário no processo. Após estabelecer o que é mais importante nas atividades, os professores poderão melhor aplicar essas prioridades e, assim, aferir melhor seus resultados.

Lembre-se: não se pode fazer tudo e o tempo é limitado. Uma avaliação diagnóstica de sucesso deve ser centrada naquilo que se propõe, respeitando suas limitações e atuando dentro de suas prioridades e possibilidades.

3. Se prepare para mudanças

Apesar de ser fundamental ter uma avaliação diagnóstica, um plano de atuação e de ensino bem definidos, os resultados podem implicar em modificações. Sendo assim, os professores precisam estar abertos à mudanças, sejam elas durante o processo de avaliação dos estudantes ou no decorrer das aulas.

Deve-se ter em mente que o ensino deve se moldar aos resultados obtidos com as avaliações diagnósticas, e não o contrário. Sempre que necessário, mudanças devem ser bem-vindas!

4. Escute os estudantes

Nesse processo de avaliação, é sempre uma boa estratégia ouvir os estudantes. Manter uma comunicação mais direta entre IES e alunos, explicando as atividades e aceitando sugestões, deixa os resultados mais próximos da realidade.

Com o hábito de escutar os estudantes, a IES cria um corpo discente mais participativo e preparado para avaliações orais. Além disso, os alunos focarão mais ao sentir que são parte da IES e que suas opiniões são respeitadas.

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5. Mescle os tipos de avaliação

Como já visto anteriormente, é possível realizar uma avaliação com diferentes tipos de questões. É interessante apostar em mesclar questões de múltipla escolha com dissertativas e também com orais.

Além de deixar a atividade mais rica, usar de diversos tipos de avaliação possibilita um resultado mais justo para o aluno. É importante lembrar que as pessoas aprendem de formas diferentes.

Assim, ser avaliado de diversas formas ajuda a perceber esse aprendizado, servindo a avaliação diagnóstica, inclusive, para observar quais são as atividades que melhor se aplicam de forma individual e coletiva.

6. Realize avaliações constantes

Já é sabido que o melhor momento para realizar a avaliação diagnóstica é o início de um período letivo. Entretanto, ela não precisa se resumir a esse tempo. Aplicar mais de uma avaliação dá ainda mais validação para os resultados.

Criando o costume de fazer o diagnóstico de aprendizagem do estudante de forma contínua, a IES passa a perceber também se suas propostas de intervenção são eficientes. Aqui, além de aferir o conhecimento do aluno, mensuramos também sua evolução.

7. Aproveite a tecnologia

Com os intensos avanços da educação, e também com o isolamento social, tem ficado cada vez mais comum a realidade da educação digital. Sendo assim, porque não aproveitar os recursos tecnológicos para realizar uma boa avaliação diagnóstica?

Além de contar com diversos sites gratuitos na internet, a IES pode se preparar dentro de sua plataforma digital de aprendizagem. Usar a tecnologia ajuda a perceber também o ganho de conhecimento dos estudantes quanto aos recursos online.

8. Dê respostas aos estudantes

Da mesma forma que se deve ouvir os estudantes, dar feedback também é fundamental. É importante que o aluno saiba de seus resultados, que entenda os pontos em que o conhecimento pode ser melhorado.

A tarefa de melhorar a aprendizagem deve ser de todos e o estudante é o principal interessado nisso. Especificar os resultados faz com que o esforço para se aperfeiçoar seja bem maior.

Como fazer um relatório de avaliação diagnóstica?

O relatório de avaliação diagnóstica é um documento que indica o desenvolvimento dos estudantes nos seus testes. Ele auxilia no registro das informações para guiar possíveis alterações no plano de aula, e também para efeito de comparações futuras.

Todo relatório de avaliação diagnóstica deve conter componentes como:

  1. Introdução.
  2. Descrição da atividade que foi objeto da avaliação.
  3. Descrição do processo de avaliação.
  4. Apresentação dos principais resultados.
  5. Análise e discussão dos resultados e da avaliação.
  6. Conclusões e recomendações.

Vale lembrar que o indicado é que seja realizado um relatório por aluno, além de um para toda turma. Ou, ao menos, um relatório para turma e outros que contemplam grupos de alunos com desempenhos semelhantes.

Na fase de análise e discussão dos resultados, é interessante analisar o rendimento de cada aluno em comparação com a média da turma. Outra sugestão é preparar gráficos e tabelas a fim de organizar com mais clareza as informações reveladas nas avaliações de cada estudante e a relação entre os resultados.

Já na etapa de conclusões e recomendações, temos o espaço para analisar e indicar o que pode ou vai ser adaptado no plano de aula após o diagnóstico dos alunos.

Lembramos mais uma vez que plataformas de aprendizagem, muitas vezes, já oferecem os dados necessários para enriquecer os relatórios de avaliação diagnóstica. É possível gerar tabelas e gráficos com essas informações, cruzar os dados, e assim gerar comparações de maneira mais prática e assertiva.

O que fazer após a realização da avaliação diagnóstica?

Como já dito anteriormente, a avaliação diagnóstica não pode ser um fim em si mesma. Mais importante do que investir em uma excelente avaliação é construir um ensino de qualidade e libertador com base nos resultados aferidos.

O primeiro passo após realizar a avaliação é o da análise de dados, no qual os professores devem pegar os resultados e interpretá-los. É interessante, nesse momento, trabalhar com relatórios individuais e coletivos e, sempre que possível, fazer comparações com outras avaliações diagnósticas já realizadas.

Com o relatório em mãos fica mais fácil observar o desempenho dos alunos. Compreender as dificuldades de cada um, e principalmente as suas origens, é um dos principais ingredientes para uma educação de qualidade.

Por fim, o foco deve estar no principal objetivo: solucionar déficits educacionais, tanto individuais quanto de toda uma turma. O conjunto da IES (professores e gestores) deve se preparar para implementar mecanismos que busquem sanar os problemas na aprendizagem dos estudantes.

Diversas atividades complementares podem ser aplicadas aqui, cabendo aos educadores avaliarem as que trarão os melhores resultados. Nesse contexto, a intervenção pedagógica possui um importante papel.

 Também é interessante pensar em um plano de nivelamento de aprendizagem, assunto que será melhor trabalhado em seguida.

O que é nivelamento de aprendizagem?

O nivelamento de aprendizagem é uma solução para a defasagem educacional, uma ferramenta que busca elevar os estudantes ao ponto necessário para acompanhar as aulas. Num contexto de avaliação diagnóstica, nivelar os alunos, de acordo com os resultados obtidos, é uma saída praticamente obrigatória.

Seu formato consiste basicamente em oferecer aulas específicas naquelas disciplinas em que se percebe um grau maior de dificuldade por parte dos estudantes. De forma geral, é oferecido um minicurso para o aluno com aquele conteúdo que não domina e precisa ser melhorado.

Apesar de o nivelamento ocorrer, na maioria das IES, no primeiro período do curso para corrigir as defasagens em matérias mais básicas do ensino médio, ele pode ser aplicado em diferentes momentos. É interessante pensar em nivelamentos durante o decorrer do curso, pois muitos conceitos podem ser “perdidos”.

Por se dar, de forma geral, no início da graduação, o nivelamento trabalha mais com um conteúdo do ensino médio que serve de base obrigatória para o curso em questão. As disciplinas principais são:

  • Língua portuguesa;
  • Matemática;
  • Química;
  • Biologia;
  • Informática;
  • Física;
  • Inglês, etc.

O nivelamento de aprendizagem também se faz muito importante agora no contexto de volta às atividades presenciais, com a redução dos casos graves de Covid-19. É interessante analisar o que foi retido dos estudos durante o ensino remoto, até mesmo para avaliar a possibilidade de se investir mais em um ensino híbrido no ensino superior.

É também importante tocar na evasão de alunos, um dos maiores problemas para educação na atualidade. Alunos que possuem dificuldades em acompanhar as aulas tendem a desistir de seus cursos. Por isso, o nivelamento ajuda a democratizar mais o ensino, ao possibilitar que todos possam aproveitar ao máximo um bom curso.

Qual a importância de personalizar o ensino?

Como já visto no decorrer do texto, é interessante tanto a confecção de um relatório com os dados da avaliação diagnóstica para cada aluno, de forma individual, quanto para toda a turma. Como esses resultados, é possível criar as estratégias que fortalecerão a aprendizagem nos tópicos em que a turma possui dificuldade, assim como traçar novos caminhos para cada estudante. 

Como as pessoas aprendem de forma diferente, e possuem dificuldade em coisas diferentes, nada mais justo do que personalizar as soluções para resolver as defasagens educacionais individuais. Não faz sentido focar em dificuldades particulares para toda uma turma — é importante que cada um possa se fortalecer naquilo em que precisa melhorar.

A personalização do ensino é uma tendência que vem ganhando bastante espaço na educação. Hoje é comum a aplicação de uma diversidade de metodologias, atividades e até mesmo avaliações para diferentes alunos.

Uma aula personalizada respeita as individualidades de cada um, valorizando seus pontos fortes e combatendo suas deficiências. É central que se perceba e respeite que as pessoas possuem habilidades diferentes, e saber que em cada caso é mais interessante desenvolver aspectos específicos, de acordo com o perfil do aluno.

Num processo de avaliação diagnóstica, seguida de nivelamento de aprendizagem, é imprescindível apresentar respostas personalizadas. Apesar de em vários casos ser necessário fortalecer algum conceito com toda a turma, as soluções para avançar com uma educação de qualidade passam também pela superação de problemas individuais.

Por que inserir trilhas de aprendizagem na IES?

Seguindo em um contexto de nivelamento e personalização do ensino, optar pela utilização de trilhas de aprendizagem se encaixa perfeitamente com esses dois conceitos.

As trilhas de aprendizagem são entendidas como um “conjunto integrado, sistemático e contínuo de desenvolvimento de pessoas e profissionais”. Ou seja, ela se trata de um caminho pelo qual o aluno deve percorrer, passando pelos pontos da disciplina e também pelas suas necessidades individuais.

Desse modo, o aluno pode estudar uma sequência de conteúdos que tenha mais dificuldade, melhorando, assim, cada vez mais o seu conhecimento sobre um assunto que anteriormente não dominava. 

Seguindo essa linha, sempre que possível, as disciplinas em que o estudante possui uma maior defasagem podem ser vistas de forma conjunta com outras que sejam mais fáceis para ele, deixando assim toda a aprendizagem mais fácil.

As trilhas de aprendizagem se dão de duas formas: com o modelo agrupado e o linear. O primeiro diz respeito a conteúdos que não tenham uma ordem pré definida, trazendo ao estudante a autonomia de organizá-los da forma que achar melhor.

O segundo modelo, que pode ser melhor aplicado após uma avaliação diagnóstica, é o linear. Aqui, para se adquirir um conhecimento é necessário possuir outros anteriores. Ou seja, há uma sequência lógica do que deve ser visto. 

Como o objetivo é sanar os déficits de aprendizagem de cada aluno, é importante trabalhar os conceitos iniciais desconhecidos, para que finalmente se alcance uma educação igualitária e emancipatória.

Agora que você já sabe o que é avaliação diagnóstica, como aplicar e organizar os relatórios, que tal saber mais sobre como elaborar uma avaliação online de forma prática para o ensino remoto e EaD?

O que se refere à avaliação diagnóstica é correto afirmar?

A avaliação diagnóstica é uma ferramenta que traz informações sobre o quanto os alunos dominam determinados conhecimentos e habilidades, com o objetivo de verificar o que o aluno já sabe e suas necessidades.

Como deve ser realizada a avaliação diagnóstica?

Entende-se por avaliação diagnóstica uma ferramenta que traz informações sobre o quanto os estudantes dominam determinados conhecimentos, habilidades e competências. É possível, dessa forma, mapear os pontos fortes e de dificuldade da turma e de cada aluno, em específico, o que funciona de fato como um diagnóstico.

É correto afirmar que a avaliação diagnóstica tem como principal função?

Assim, é correto afirmar que a avaliação diagnóstica tem como principal função: Alternativas: a)Determinar uma nota para o conhecimento construído pelo aluno. b)Determinar se o aluno está apto ou não para prosseguir em seus estudos. c)Embasar o planejamento e o replanejamento das ações didáticas.

Quanto à avaliação diagnóstica é incorreto afirmar que?

Quanto à avaliação diagnóstica, é INCORRETO afirmar que: A) Essa modalidade é bastante utilizada, quando desejamos diagnosticar os pontos fracos e fortes do aluno na área de conhecimento em que se desenvolverá o processo de ensino-aprendizagem. B)