No decorrer do crescimento, os limites do corpo da criança devem ser respeitados Show O desenvolvimento motor é o processo de mudança no comportamento, relacionado com a idade, tanto na postura quanto no movimento da criança. É um processo de alterações complexas e interligadas das quais participam todos os aspectos de crescimento e maturação dos aparelhos e sistemas do organismo. O desenvolvimento motor não depende apenas da maturação do sistema nervoso, mas também da biologia, do comportamento e do ambiente. Cada criança apresenta seu padrão característico de desenvolvimento, visto que as características inerentes sofrem a influência constante de uma cadeia de transações que se passam entre ela e o ambiente que a circunda. Mesmo assim, existem características particulares que permitem uma avaliação grosseira do nível e da qualidade do desempenho infantil. É importante realizar um acompanhamento do desenvolvimento motor da criança, principalmente nos primeiros anos, de forma que seja possível realizar o diagnóstico de doenças motoras em estágios iniciais, o que pode facilitar o tratamento e torna-lo muito mais rápido. Um bom desenvolvimento motor repercute na vida futura da criança nos aspectos sociais, intelectuais e culturais. O contrário também ocorre, porque qualquer dificuldade motora faz com que a criança se refugie do meio que não domina e deixe de realizar, ou realizar com pouca frequência, determinadas atividades. Poderíamos dividir o desenvolvimento motor em três estágios: Estágio inicialO desenvolvimento motor no Estágio Inicial representa a primeira meta orientada da criança na tentativa de executar um padrão de movimento fundamental. A integração dos movimentos espaciais e temporais é pobre. Tipicamente, os movimentos locomotores, manipulativos e estabilizadores de crianças de dois anos de idade estão no nível inicial; Estágio elementarO desenvolvimento motor no Estágio Elementar envolve maior controle e melhor coordenação rítmica dos movimentos fundamentais. Crianças de desenvolvimento normal tendem a avançar para o estágio elementar por meio do processo de maturação, embora alguns indivíduos não consigam desenvolver além do estágio elementar em muitos padrões de movimento e permaneçam nesse estágio por toda a vida; Estágio maduroO desenvolvimento motor no Estágio Maduro é caracterizado como mecanicamente eficiente, coordenado e de execução controlada. Tipicamente, as crianças têm potencial de desenvolvimento motor para estar no estágio maduro perto dos 5 ou 6 anos, na maioria das habilidades fundamentais. A aquisição desses padrões fundamentais de movimento é de vital importância para o domínio das habilidades motoras. Assim sendo, é preciso tomar cuidado para não forçar as crianças a queimar etapas – por exemplo, comprar triciclo para o pequeno com 1 ano de idade, quando ele só estará apto para pedalar a partir dos 2 anos, 2 anos e meio. O treino precoce pode gerar ansiedade e até um problema emocional. Além disso, a criança não está física e intelectualmente preparada para tal tarefa. O desenvolvimento motor é uma sequência cuidadosamente planejada. O recém-nascido tem certa rigidez muscular resultante do tempo em que ficou encolhido no útero da mãe. Aos poucos, ela desaparece e o bebê ganha flexibilidade e força para algumas atividades grosseiras, como balançar os braços, rolar e sentar, e outras mais sofisticadas, como virar as folhas de um livro e desenhar. O mesmo acontece com o andar. Antecipar qualquer um desses progressos não será útil para a criança.
1. Introdu��o O desenvolvimento � um processo cont�nuo, iniciando na concep��o e termina com a morte. Ele inclui todos os aspectos do comportamento do homem. (GALLAHUE; OZMUN, 2003, 6). J� � inf�ncia � entendida como um per�odo de grande import�ncia para o desenvolvimento motor, sobretudo porque � nesta fase que ocorrem o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, que servir�o de base para o desenvolvimento das habilidades especializadas que o indiv�duo utilizar� nas suas atividades cotidianas, de lazer ou esportivas (GALLAHUE; OZMUN, 2003, 232). O desempenho motor na inf�ncia se caracteriza pela aquisi��o de habilidades motoras, possibilitando assim que a crian�a tenha um amplo dom�nio de seu corpo em posi��es posturais, em locomo��o e manipula��o de objetos e instrumentos. A coordena��o motora estuda as mudan�as qualitativas e quantitativas das a��es motoras do ser humano no decorrer da vida. (SANTOS; DANTAS; OLIVEIRA, 2004). Toda crian�a gosta de correr, pular, saltar, enfim, praticar esportes e atividades f�sicas. Nestas atividades onde a crian�a se diverte, ela tamb�m melhora sua qualidade de vida (BORTONI; BOJIKIAN, 2007). A melhora das capacidades f�sicas com a pr�tica do esporte � ben�fica ou mal�fica (ALVES; LIMA, 2008). Os malef�cios da atividade f�sica s�o t�o importantes quanto os benef�cios, afinal, se feito de forma inadequada, atrapalha o crescimento e o desenvolvimento natural da crian�a, al�m de traumas e fraturas. Por outro lado, as melhoras a preven��o da obesidade e incremento da massa �ssea, e se feito corretamente, ajudam tamb�m o crescimento e desenvolvimento da crian�a (ALVES; LIMA, 2008). Estudos tamb�m apontaram uma melhora nas capacidades f�sicas, como a melhora da velocidade, da coordena��o motora e da agilidade em crian�as tanto praticantes sobre as n�o praticantes de esportes (BUZOLIN NETO et al, 2009). Este estudo te por objetivo verificar a melhora da coordena��o motora geral ou grossa, onde se utiliza os grandes m�sculos, querendo observar se a pr�tica da atividade f�sica ou esportes, regularmente, melhora ou piora o desenvolvimento motor das crian�as que praticam estas atividades. 2. Desenvolvimento motor O desenvolvimento motor � o processo de mudan�as no comportamento motor, envolvendo tanto a matura��o do sistema nervoso central, quando a intera��o com o ambiente e os est�mulos dados durante o desenvolvimento de cada indiv�duo. (OLIVEIRA, 2006). Observa-se ent�o que o desenvolvimento motor apresenta uma ordem seq�encial, semelhante em todas as crian�as, relacionada com o aprimoramento do controle motor, desde a fase do nascimento at� a fase adulta (GIODA; RIBEIRO, 2006). O mesmo abrange a aprendizagem motora, que segundo Schmidt e Wrisberg (2001, 190), s�o as mudan�as em processos internos que determinam a capacidade de um indiv�duo para produzir determinada tarefa motora, com a pr�tica, o n�vel da aprendizagem aumenta. O processo da matura��o � utilizado para descrever os eventos que marcam o in�cio e o fim do desenvolvimento humano, sendo este o processo em condi��es normais, devendo ser cont�nuo at� que se alcance a maturidade como seu produto final (MACHADO; BARBANTI, 2007). Segundo Andrade (2004), desde que nascemos � matura��o do sistema nervoso possibilita o aprendizado progressivo de habilidades, isto �, � medida que uma determinada �rea cerebral amadurece, a pessoa exibe comportamentos correspondentes �quela �rea madura, desde que tal fun��o seja estimulada. Cada crian�a possui um repert�rio motor variado. Esse repert�rio pode ser mais desenvolvido ou menos. O desenvolvimento est� relacionado com experi�ncias e viv�ncias de qualidade que esta crian�a possui. Quanto maior o n�mero de experi�ncias, maior ser� o desempenho realizado por elas (PAIM, 2003). 3. Desenvolvimento motor em crian�as Quando as crian�as nascem, as regi�es do c�rebro relacionadas �s fun��es b�sicas j� est�o bem desenvolvidas, permitindo o sono e a vig�lia, a aten��o e habitua��o, tamb�m a elimina��o de urina e fezes (GIODA; RIBEIRO, 2006).Os movimentos iniciais e bastante simples do rec�m-nascido se alteram e tornam-se mais variados e complexos, evoluindo a cada est�gio. Mesmo com individualidades, o aprendizado de movimento � muito parecido e segue padr�es comuns (GIODA; RIBEIRO, 2006)., por�m, Santos et al (2004) conclu�ram que o padr�o de desenvolvimento motor n�o � universal, onde em estudos compararam o desenvolvimento de crian�as brasileiras e americanas, e constataram que, de maneira geral, os brasileiros tinham uma maior evolu��o nos primeiros oito meses, seguido de uma relativa estabiliza��o. O desenvolvimento motor na inf�ncia � caracterizado pela aquisi��o de muitas habilidades motoras, possibilitando a crian�a o dom�nio de seu corpo em diferentes posturas, al�m de possibilitar a locomo��o pelo meio ambiente de formas variadas, como andar, correr, saltar, etc., e manipular objetos, como arremessar uma bola. Estas habilidades b�sicas s�o conseguidas nas rotinas, tanto na escola quanto em casa (SANTOS et al, 2004). O processo do desenvolvimento motor � apresentado atrav�s de fases, como a dos movimentos reflexos, rudimentares, fundamentais e especializados. Para cada uma delas, s�o indicados est�gios com idades cronol�gicas correspondentes (PAIM, 2003). Gallahue e Ozmun (2003, 98) caracterizam os movimentos como: estabilizadores, onde a crian�a � envolvida em constantes esfor�os contra a gravidade, na tentativa de manter a postura vertical, sendo atrav�s desta que as mesmas ganham um ponto de origem na explora��o do espa�o; locomotores, onde a uma mudan�a na localiza��o do corpo em rela��o ao ponto fixo, envolvendo a proje��o do corpo no espa�o pela mudan�a de posi��o ao caminhar, correr ou saltar; e os manipulativos, que s�o as tarefas de arremessar, chutar, os movimentos mais grossos. Os tr�s movimentos combinam-se na execu��o das habilidades motoras na sua vida. As fases do movimento fundamental s�o divididas em tr�s est�gios: inicial, elementar e o maduro. O primeiro est�gio � o inicial, que representa a primeira meta que a crian�a ir� tentar executar, um padr�o de movimento fundamental; seriam as crian�as de dois anos de idade. O est�gio elementar envolve maior controle e coordena��o r�tmica dos movimentos fundamentais. Muitas crian�as tendem a avan�ar para este est�gio atrav�s de sua matura��o, por�m, algumas pessoas n�o conseguem desenvolver este est�gio em muitos padr�es, permanecendo assim por toda a vida. E o terceiro est�gio � o maduro, onde � mecanicamente eficiente, coordenado e de execu��o controlada. Entre os cinco ou seis anos, as crian�as j� est�o neste est�gio, com grande parte das habilidades fundamentais desenvolvidas. (GALLAHUE; OZMUN, 2003, 104). Para Pazin, Frainer e Moreira (2006), o desenvolvimento infantil sofre forte influ�ncia de fatores intr�nsecos e extr�nsecos. O ambiente em que as crian�as vivem, sua alimenta��o, seu espa�o para os jogos e brincadeiras, sua oportunidade de socializa��o e sua educa��o formal atrav�s da escola, dentre outros, constituem uma s�rie de elementos que participar�o do desenvolvimento da crian�a. Muitas crian�as obesas n�o ag�entam a exclus�o em suas atividades di�rias e acabam, por muitas vezes, abandonando h�bitos de vida saud�veis e que, geralmente nessa faixa et�ria, est� relacionado com as atividades desportivas e em grupos. Sendo assim a crian�a, ao inv�s de estar participando de escolinhas desportivas e atividades elas passam a exercer atividades em casa, como jogar videogame, assistir desenho animado, atividades que n�o possibilitam vivencias motoras amplas, limitando o desenvolvimento de capacidades motoras que est�o latentes nesse per�odo de vida, e que precisam ser estimuladas (PAZIN, FRAINER e MOREIRA, 2006). Segundo Leite (2002) � necess�rio um programa de Educa��o F�sica no sentindo de propiciar as crian�as, experi�ncias motoras que venham a facilitar posteriormente elas em suas atividades e em sua vida. 4. Esporte no desenvolvimento motor das crian�as O dom�nio das habilidades motoras fundamentais � b�sico para o desenvolvimento motor de crian�as. As experi�ncias motoras, em geral, fornecem m�ltiplas informa��es sobre a percep��o que as crian�as t�m de si mesmas e do mundo que as cerca. (GALLAHUE & OZMUN, 2001, p. 258). Mutti (2003) afirma que o desenvolvimento motor das crian�as pressup�e v�rias experi�ncias motoras que devem ser constru�das no tempo e h�bitos. Os benef�cios da pr�tica de algum esporte para a crian�a s�o diversos e Gomes (2010) observa que:
Um dos benef�cios imediatos de maior magnitude que a pr�tica de atividade f�sica oferece para crian�as e adolescentes � a melhora da aptid�o f�sica relacionada � sa�de. Benef�cios advindos da melhora na aptid�o cardiorrespirat�ria, for�a muscular, flexibilidade e composi��o corporal contribuem para a melhora das atividades da vida di�ria nessa faixa et�ria (DE ROSE JR., 2009). H� alguns autores que relatam benef�cios em um esporte espec�fico, assim Gomes (2010) afirma que o atletismo permite desenvolver capacidades f�sicas como resist�ncia, for�a, flexibilidade, velocidade e impuls�o, al�m de estimular o racioc�nio, a percep��o e a agilidade, devendo estar presente na Educa��o F�sica Escolar. De acordo com Cyrino (2002) nas partidas de Futsal h� uma grande intensidade de movimenta��o que abrange os participantes de forma geral e leva a um elevado gasto de energia, pressupondo uma solicita��o metab�lica e neuromuscular elevada, o que evidencia as contribui��es de esporte para o desenvolvimento motor. Sabe-se que necessariamente ao longo do processo de forma��o do atleta a especializa��o ir� acontecer, mas quando acontece precocemente, estamos cerceando o direito de a crian�a desenvolver padr�es de movimentos gerais, b�sicos ou essenciais para o seu desenvolvimento motor. Al�m disso, carregam as implica��es de serem considerados �mini adultos�, trazendo consigo todos os anseios, as press�es, as cobran�as, a preocupa��o com o rendimento, em fases que o chamariz deve ser o brincar, o aprender, o prazer em praticar o esporte. (VINH�O, 2009) Paes (1996) aponta que devido � cobran�a excessiva por resultados positivos em competi��es, nas categorias de base, os jovens s�o avaliados por suas capacidades f�sicas, pelo seu desenvolvimento diferenciado comparado as outras crian�as ou jovens, levando-os a exercer uma determinada fun��o ou posi��o espec�fica, a qual, conseq�entemente, implicar� no treinamento limitado das especificidades t�cnicas daquela posi��o. No entanto, uma crian�a pode apresentar uma varia��o de at� tr�s anos no desenvolvimento f�sico (BARBANTI, 2005). Segundo Benda (2006), as crian�as na pr�tica esportiva s�o cobradas para ter comportamento de adulto e o alto rendimento precoce sugere um risco de abandono tamb�m precoce. Poder� haver poss�veis implica��es para a crian�a: fisiol�gica, neuromuscular, cognitiva e moral, e psicossocial (TANI, 2001). A pr�tica esportiva competitiva iniciada precocemente pode ocasionar a sa�de corporal das crian�as, problemas �sseos, articulares, musculares e card�acos, dependendo da especialidade esportiva e do tipo de metodologia trabalhada. Destacam-se sobremaneira as atividades tecnicamente mais complexas que empregam um grande n�mero de repeti��es de gestos t�cnicos visando uma dura��o muito elevada diariamente e semanalmente, com �nfase na automatiza��o e aperfei�oamento do movimento, considerando assim como de tipos de risco f�sico (VOSER, VARGAS NETO e VARGAS, 2007). H� tamb�m casos onde m�dicos ortopedistas pedem para alguns pararem de jogar por causa de les�es nos joelhos, no tornozelo, na coxa, arrancamento de tend�es junto � inser��o �ssea e at� mesmo fraturas, devido a crian�a n�o apresentar matura��o �ssea equivalente, pois tem que tratar urgentemente (NEGR�O, 1980, apud LEITE, 2006). Para Voser (2007) a pr�tica intensa de um esporte competitivo ocasiona uma especializa��o precoce e traz poss�veis riscos em quatro grandes �reas que s�o riscos de tipo f�sico, psicol�gicos, motrizes e riscos de tipo esportivo. Dentro deste contexto, as crian�as s�o submetidas a exerc�cios extremamente desgastantes, c�pias fidedignas do treinamento dos adultos, onde realizam in�meras repeti��es do mesmo movimento fora do contexto de jogo, com o objetivo de aprimorar ou refinar a t�cnica espec�fica do esporte, em fases em que a matura��o do organismo e a base motora n�o foram suficientemente desenvolvidas (VINH�O, 2009). Na inf�ncia, como nas atividades mais maduras, um aumento no programa de atividades f�sicas conduz alguns custos e riscos. Contudo, se a atividade f�sica � mantida em um n�vel moderado, tais riscos n�o s�o altos, e s�o consideradas positivas por influenciar nos problemas do excesso de peso, desenvolvimento f�sico e psicossocial da crian�a com potencial para estabelecer h�bitos de sa�de, isso dever� acrescentar muito para a qualidade de vida nos anos futuros (SHEPARDH, 1995). 5. Conclus�o Tendo como base a revis�o liter�ria, podemos chegar � conclus�o que h� benef�cios na crian�a com a pr�tica correta de esportes ou simples atividade f�sica, como a melhora do sistema cardiorrespirat�rio, for�a muscular, agilidade e flexibilidade e melhora da percep��o de si mesma, em contra partida h� os malef�cios que podem ocorrer quando se come�a um trabalho muito precocemente e de forma errada para a idade respectiva podendo acarretar les�es, fraturas, prejudicando o desenvolvimento dos padr�es gerais e treinamentos muito limitados acabam fazendo com que a crian�a n�o desenvolva outras habilidades, junto a isto vem �s press�es, cobran�as, anseios prejudicando a evolu��o da crian�a no meio esportivo. Portanto as atividades mais indicadas para a crian�a principalmente quando a mesma inicia cedo as pr�ticas de algum esporte dever�o ser atividades prazerosas, que n�o as prejudique fisiologicamente e psicologicamente, mas ao mesmo tempo fazendo com que ela melhore suas habilidades corporais, ou seja, atividades mais l�dicas onde o professor poder� melhorar o desenvolvimento motor da crian�a sem press�es e cobran�as. Refer�ncias
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